O relator da Comissão Especial que acompanha a crise hídrica no Brasil, deputado Givaldo Vieira (PT-ES) disse estar muito preocupado com a situação de falta de água que se alastra hoje pelo país. “A crise é de qualidade e de quantidade de água e é resultado de uma complexa combinação de diversos fatores”, avaliou o deputado.
A segunda audiência pública promovida pelo colegiado debateu as dimensões clima e solo e contou com a contribuição de Carlos Afonso Nobre, presidente da CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) e do professor doutor do Departamento de Solos da Universidade do Rio Grande do Sul, Paulo César Nascimento.
Para Givaldo Vieira, a segunda audiência reforça ainda mais a preocupação com a falta de água que já causa transtornos para a população. “Os volumes hoje estão menores do que estavam no mesmo período chuvoso de 2014”, alertou o parlamentar.
“Iniciamos essa comissão com foco na região Sudeste, onde a situação é grave, mas a exposição dessa audiência reitera a preocupação sobre os níveis dos reservatórios no Nordeste”, observou. O deputado Givaldo Vieira também demonstrou preocupação com o uso do solo como reservatório natural de água e os efeitos do manejo errado do solo que podem, prejudicar, inclusive a captação de água, disse.
Já o deputado Nilto Tatto (PT-SP), que também é membro da comissão, lembrou que em São Paulo as regiões periféricas da capital já ficam dias seguidos sem água pelo menos desde setembro de 2014. “Isso mostra que tanto os efeitos das mudanças climáticas, do mau uso do solo ou de catástrofes, sempre atingem primeiro os mais pobres”, afirmou.
De acordo com o relator do colegiado, além das audiências temáticas serão realizadas visitas aos locais afetados pela escassez de água já no início do segundo semestre.
Jonas Tolocka