A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas do dia 8 de janeiro aprovou, nesta quinta-feira (3), a convocação do Walter Delgatti, conhecido como o hacker responsável pela Vaza Jato. Delgatti foi preso na quarta (2) em operação da Polícia Federal que investiga invasão ao sistema do Poder Judiciário.
De acordo com Delgatti, a deputada Carla Zambelli (PL-SP) o procurou em setembro de 2022, durante a campanha eleitoral, para uma suposta “consultoria técnica”. O hacker disse que a parlamentar “queria que ele invadisse a urna eletrônica, ou qualquer sistema da Justiça, para demonstrar a fragilidade do sistema judicial pátrio”. O hacker também disse que se encontrou com o ex-presidente Jair Bolsonaro e que ele teria lhe questionado se “munido do código fonte, conseguiria invadir a urna eletrônica”.
Para o deputado Rogério Correia (PT-MG), um dos autores do requerimento de convocação, essas revelações mostram o “espírito bolsonarista” de golpe. “Isso alimentaria todo o espírito bolsonarista de golpe que veio a culminar com a tentativa violenta de 8 de janeiro. Portanto, é fundamental que esse hacker seja ouvido aqui. E ele tem muito mais coisa para falar. Na conversa que esse hacker teve, tem coisas que ligam, inclusive, o ex-ministro da Defesa tentando influenciar a posição do Ministério da Defesa e das Forças Armadas contrária ao processo eleitoral”.
O parlamentar pediu urgência na convocação de Delgatti. “Eu peço que tenhamos a maior prioridade em chamá-lo, porque ele vai realmente trazer para dentro, para o olho do furacão da CPMI ainda mais o ex-presidente Jair Bolsonaro”, avaliou.
📢 #CPMIGOLPE: Aprovada convocação de Walter Delgatti Neto, o hacker da #VazaJato! Lembrando que ontem, a PF realizou a prisão de Delgatti e cumpriu mandados em endereços ligados à deputada federal Carla Zambelli.
— Rubens Pereira Jr (@rubenspereirajr) August 3, 2023
Outros requerimentos
Também foi aprovado o requerimento de convocação da coronel e subsecretária de Operações Integradas da Secretaria de Segurança Pública do DF, Cíntia Queiroz de Castro; da cabo da Polícia Militar do Distrito Federal Marcela da Silva Morais Pinto; e do ex-supervisor da Ajudância de Ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, sargento do Exército Luís Marcos dos Reis.
A comissão também aprovou a transferência de sigilos, entre telefônico, telemático, bancário e fiscal, além de requisição de RIFs (Relatório de Inteligência Financeira), documentos que o Conselho de Controle de Atividade Financeiras (Coaf) produz na identificação de movimentações que indiquem suspeita de crimes.
Lorena Vale