CPIs analisam exploração sexual em grandes obras; petista quer coibir ação

 As Comissões Parlamentares de Inquérito  (CPIs)   do  Tráfico  de Pessoas   e   da   Exploração   Sexual  de  Crianças  e   Adolescentes  ouvem   nesta   terça-feira (2)  o   diretor   da   Área  de  Qualidade,  Meio Ambiente,   Segurança,   Saúde   Ocupacional   e   Responsabilidade   Social  do  Consórcio  Construtor de  Belo  Monte,  Antonio Carlos  Oliveira.
 
A primeira audiência pública está marcada para  as 10h,  no  plenário 11 e  a  segunda  às  14h30,  no   plenário 13.   Além do diretor do Consórcio de Belo Monte,  a   CPI  da   Exploração Sexual  ouve também  o  Diretor  de  Construção  da   Norte  Energia  S.A, engenheiro Antônio Elias Filho.
 
Na última semana, o Ministério Público Federal denunciou  seis pessoas  ligadas ao caso da Boate Xingu, situada no município de Altamira,  nas  proximidades  dos  canteiros  de  obras  da   usina  Belo Monte (PA).  Os acusados foram identificados por vítimas libertadas da boate em fevereiro.  Eles foram denunciados pelos crimes de  trabalho  escravo,  tráfico de pessoas,  exploração sexual, corrupção  de  menor e formação de quadrilha.   
 
Segundo a presidente da CPI da Exploração Sexual, deputada Erika Kokay (PT-DF), as grandes  obras  têm  tido  um  impacto  intenso   na    exploração  sexual  das   crianças   e  dos adolescentes.  “Houve um aumento de 400 % no número de estupros após a construção  da   hidrelétrica”, explicou Erika. A deputada lembrou ainda que a boate Xingu atuava como uma das rotas de exploração sexual “onde milhares de trabalhadores assalariados faziam de nossas crianças, instrumentos de lazer, o que é absolutamente cruel”.
 
A intenção do colegiado é ouvir, ainda neste mês, representantes da Caixa Econômica  Federal, do   Banco do Brasil  e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES),  que  financiam   as  grandes obras  no  país.   “Queremos que haja uma trava, o mesmo   rigor  que   se   tem  para  o  licenciamento  ambiental”,  advertiu  Erika  Kokay.  Em sua avaliação, “um licenciamento social  tem  que  ter  recortes  nos  direitos das crianças e dos adolescentes, caso contrário, eles ficarão desprotegidos em função das grandes obras”. 
 
Ivana Figueiredo. 

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