Foto: Salu Parente
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) criada para investigar a violência contra jovens, negros e pobres foi instalada nesta quinta-feira (26) e terá o deputado Reginaldo Lopes (PT-MG) como presidente. Foi do deputado petista a iniciativa de propor esse debate à Câmara. A CPI está incumbida de apurar as causas, razões, consequências, custos sociais e econômicos da violência, morte e desaparecimento da juventude negra e pobre no Brasil.
O petista considerou que a comissão terá um grande desafio pela frente. Ele lembrou que tanto os dados do Mapa da Violência (2014) quanto o estudo do Programa Nacional de Segurança Pública e Cidadania (Pronasci) revelam que 90% dos homicídios concentram-se em 142 municípios brasileiros. Dos 60 mil assassinatos registrados, 92% das vitimas são do sexo masculino e, destes, 80% são negros e pobres.
“Vivemos um genocídio contra jovens pobres e negros do País. Precisamos trabalhar muito para apresentar um conjunto de políticas públicas para fazer esse enfrentamento”, avaliou Reginaldo Lopes. Ele disse ainda que a criação de um plano nacional de combate ao homicídio pode ser uma das medidas que a comissão adote para ajudar a população brasileira a enfrentar esse problema.
Para sustentar essa ideia, Reginaldo Lopes lembrou que nos últimos 32 anos (1980-2012), segundo o Mapa da Violência, a taxa de homicídios no Brasil totalizou mais de 2,4 milhões de vítimas. Destes, segundo os dados apresentados pelo parlamentar, cerca de 1,100 milhão de mortes foram por homicídios.
O deputado criticou a omissão da justiça na apuração dos fatos que levam à morte, centenas de jovens pobres e negros. Ele disse ainda que, apesar desse volume, só 5% têm processos instalados e que não são julgados. “Temos que apurar porque temos um apagão judiciário no país. Por que não apuram, não investigam os homicídios dos nossos jovens e negros?”, questionou Reginaldo Lopes.
Plano de trabalho – A comissão volta a se reunir na próxima segunda-feira (30) para definir o plano de trabalho e apreciar requerimentos. A reunião está prevista para 14h30, plenário à definir.
Benildes Rodrigues
