Foto: Gustavo Bezerra
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes vai propor um grande debate sobre o turismo sexual no país. Segundo a presidente do colegiado, deputada Erika Kokay (PT-DF), “é fundamental avaliar o impacto da exploração sexual das crianças e dos adolescentes nos grandes eventos esportivos como a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016”.
A intenção da CPI é visitar as cidades-sede da Copa e realizar um seminário no dia 16 de maio, em Brasília, com a presença de ministros, representantes da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), da FIFA, prefeitos, governadores, entre outros.
O deputado Paulão (PT-AL), que integra a Comissão de Turismo e Desporto sugeriu a criação de uma subcomissão no colegiado para tratar do tema. A subcomissão está em processo de instalação e terá sete titulares e o mesmo número de suplentes a ser indicados pelos partidos políticos. Ele defendeu uma “fiscalização permanente” nos grandes eventos esportivos, já que o futebol é uma paixão nacional e o público é predominantemente masculino.
“Não podemos permitir que crianças e adolescentes pobres e vítimas de pedofilia sejam incluídas nesse pacote. Precisamos de ações conjuntas de combate ao turismo sexual, que envolvam as três esferas de governo; o Congresso Nacional e a sociedade brasileira”, advertiu Paulão.
O deputado registrou também a “gravidade” do turismo sexual em Natal, Fortaleza e em Recife. Em Alagoas, segundo Paulão, houve uma “blindagem” com a interação dos Sindicatos e a Convention Bureau, “mas o Estado ainda não está preservado do turismo sexual”, disse. Ele lembrou ainda que antes da crise econômica na Europa, Alagoas recebia muitos voos charters provenientes da Itália e da Alemanha e, com a crise, o fluxo diminuiu, mas de qualquer forma coibir o turismo sexual é ainda um desafio.
Dados- O Brasil é uma das principais rotas do turismo sexual no mundo. Segundo pesquisa da Organização Mundial do Turismo (OMT) divulgada em 2005, o turista sexual que vem ao Brasil é na maioria das vezes de classe média, tem entre 20 e 40 anos, viaja desacompanhado ou com outros homens. Italianos, portugueses, holandeses e norte-americanos lideram o ranking dos turistas sexuais. Em menor número aparecem os ingleses, alemães e latino-americanos.
Ivana Figueiredo e agências.