A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga as causas do rompimento da barragem em Brumadinho, Minas Gerais, foi pega de surpresa nesta terça-feira (28), com a decisão da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), que acatou a solicitação do ex-presidente da Vale Fabio Schvartsman de não depor à CPI de Brumadinho. A reação da Comissão, por sugestão do relator, o deputado Rogério Correia (PT-MG) e do presidente da CPI, deputado Júlio Delgado (PSB-MG), é de apresentar um requerimento com a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico do ex-presidente da Vale.
“O objetivo é apurar todas as ligações e movimentações no período que antecede e procede o rompimento da barragem do Córrego do Feijão, em Brumadinho”, justificou Rogério Correia, que solicitou à assessoria a elaboração do requerimento.
Para o deputado, a ação de Fabio Schvartsman revela o receio que ele tem em ser questionado, investigado. “Se ele não temesse (a investigação), não teria ido ao STF tentar impedir os questionamentos que faríamos a ele. Isso só prova que a Vale tem uma rede de proteção e não quer ser investigada, e faz tudo para que isso não aconteça”, denunciou Rogério Correia.
Segundo o parlamentar mineiro, a Vale cometeu um crime e é necessário que esse crime seja investigado. “Uma empresa como a Vale, a segunda maior mineradora do mundo, permitir que dois crimes, o de Mariana e o de Brumadinho acontecessem, é inadmissível pelo povo brasileiro”, argumentou o petista.
Crime de Brumadinho
Em janeiro deste ano, aconteceu o rompimento da mina Córrego do Feijão, da empresa Vale, em Brumadinho. Segundo a Polícia Civil, o número de mortes confirmadas com o rompimento da barragem é de 243 pessoas e 27 ainda estão desaparecidas.
Participaram da reunião também os deputados petistas de Minas Gerais Patrus Ananias, Padre João e Margarida Salomão.
Benildes Rodrigues