CPI da Funai / Incra encerra trabalhos sob protestos pelas arbitrariedades

Parlamentares da bancada do PT na CPI da Funai/Incra criticaram o resultado final dos trabalhos do colegiado, encerrado nesta terça-feira (30). Segundo os deputados petistas, o relatório do deputado Nilson Leitão (PSDB-MT) – aprovado com os votos da bancada ruralista- tem como único objetivo criminalizar entidades, movimentos sociais e lideranças que lutam pelos direitos indígenas, quilombolas e pela reforma agrária. Entre as quase 100 pessoas indiciadas encontram-se religiosos, antropólogos, lideranças indígenas, servidores públicos e Procuradores da República.

Na votação desta terça dois destaques do PT que alteravam o relatório foram votados e rejeitados com o voto majoritário dos deputados da bancada ruralista. Votaram com os petistas parlamentares do PC do B, do Psol e a deputada Janete Capiberibe (PSB-AP).

Para o coordenador da bancada do PT na CPI, deputado Nilto Tatto (PT-SP), ficou comprovado no final dos trabalhos do colegiado que o objetivo sempre foi criminalizar a causa indígena, quilombola e a reforma agrária.

“Essa foi a CPI do fim do mundo, comandada pela bancada ruralista para intimidar e criminalizar entidades, movimentos sociais e lideranças que lutam pelos direitos dos índios, quilombolas, e de assentados da reforma agrária, e que também não deu oportunidade para aprovar os requerimentos da oposição. Foi uma CPI que serviu apenas para atender uma parcela específica da bancada ruralista retrógrada e que não quer o desenvolvimento do País”, acusou Tatto.

Os deputados petistas acusaram o presidente do colegiado, deputado Alceu Moreira (PMDB-RS) e o relator Nilson Leitão – presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária- de agirem em conluio para evitar a investigação de crimes envolvendo latifundiários e fazendeiros na CPI.

Entre os casos ignorados, os petistas apontaram a prática de crimes cometidos por fazendeiros na Operação da Polícia Federal Terra Prometida- ocorrida em 2014 no Mato Grosso- e na Operação Rio Voadores- ocorrida em 2016. Na primeira operação foi desarticulado um esquema envolvendo fazendeiros e empresários na concessão de terras públicas destinadas à reforma agrária. Na outra, foi desmantelado um grupo que teria praticado desmatamento ilegal e grilagem de terras públicas federais no Estado do Pará.

Também foi citado o caso do Leilão da Resistência, realizado pela associação dos criadores do Mato Grosso do Sul para financiar milícias que investem contra os índios guaranis-kaiowá.

Para os deputados petistas e membros titulares da CPI, Patrus Ananias (PT-MG) e Paulão (PT-AL) – presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara, os trabalhos do colegiado foram marcados pela ausência de isenção.

“Essa CPI nunca visou investigar possíveis irregularidades no Incra e na Funai, ou conflitos no campo. Se fosse para apurar, investigaria os responsáveis pelos massacres em Colniza (MT) e em Pau D’Arco (PA)”, disse Patrus, ao se referir a recentes chacinas ocorridas em conflitos por terra.

“Esse relatório aproveita esse momento de derrocada do governo Temer, abandonado até por aliados, para tentar retirar direitos dos povos indígenas e quilombolas. Tenho certeza que será derrubado pela justiça pois é apenas um relatório de vingança”, destacou Paulão.

Também votaram contra o relatório os deputados petistas Erika Kokay (DF), João Daniel (SE), Marcon (RS) e Valmir Assunção (BA).

Héber Carvalho

Está gostando do conteúdo? Compartilhe!

Postagens recentes

CADASTRE-SE PARA RECEBER MAIS INFORMAÇÕES DO PT NA CÂMARA

Veja Também

Jaya9

Mostbet

MCW

Jeetwin

Babu88

Nagad88

Betvisa

Marvelbet

Baji999

Jeetbuzz

Mostplay

Melbet

Betjili

Six6s

Krikya

Glory Casino

Betjee

Jita Ace

Crickex

Winbdt

PBC88

R777

Jitawin

Khela88

Bhaggo

jaya9

mcw

jeetwin

nagad88

betvisa

marvelbet

baji999

jeetbuzz

crickex