Coronel golpista mente na CPMI do Golpe; deveria ser preso, afirmam petistas

Coronel mente descaradamente na CPMI do Golpe. Foto: Alessandro Dantas/PT no Senado

Os deputados e senadores do PT acusaram o coronel Jean Lawand Junior de ter mentido durante depoimento à CPMI do Golpe de 8 de janeiro, durante a sessão nesta terça-feira (27). O coronel negou que tenha incentivado um golpe de Estado em mensagens trocadas com o ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid. Até a oposição bolsonarista reconheceu que o coronel tentou criar uma narrativa falsa.

Nas conversas encontradas no celular de Cid pela Polícia Federal, Lawand pedia ao tenente-coronel que ele convencesse o ex-presidente Jair Bolsonaro a dar um golpe de Estado. Na CPMI, ele alegou que “em nenhum momento” falou em golpe de Estado e disse que as mensagens pediam uma manifestação de Bolsonaro para “apaziguar” e desmobilizar os acampamentos e atos antidemocráticos pelo País.

“O senhor está mentindo. E eu vou provar que o senhor está mentindo. O senhor é um mentiroso, coronel. O senhor não está tergiversando, não. O senhor está mentindo”, fulminou o deputado Rogério Correia (PT-MG).

O parlamentar mineiro ainda leu um trecho da troca de mensagens entre os militares. “Olha o que o senhor disse para o Mauro Cid: ‘Meu irmão, me dá um telefone, depois eu te ligo, fora do trabalho. Esse telefone deve tá grampeado, me dá um fixo’. O senhor insiste para ele que pode estar grampeado, mas está grampeado pra que, se o senhor vai dizer que era pra apaziguar o País? Para que precisa ter cuidado com isso? Tem lógica? Se é pra apaziguar o País, pra que querer falar em outro telefone? Não é verdade o que o senhor está dizendo (…) o senhor disse que não falou golpe. A relatora mostrou que o senhor falou pelo menos uma vez em golpe. O resto é tudo conteúdo do golpe. Bem, o senhor sabe que no telefone do Mauro Cid tinha uma garantia da lei e da ordem [GLO], um anteprojeto de garantia da lei e da ordem? O senhor acha que isso era o quê? Que ali estava se falando em apaziguar? Sinceramente, ele não fala a verdade. Eu tenho que dizer isso. Eu não estou ofendendo, eu estou afirmando que ele não fala a verdade”, reafirmou Rogério Correia.

 

Prisão

Para o deputado mineiro, Jean Lawand deveria sair preso por mentir na Comissão. “Sinceramente, eu não sou presidente, não posso te dar ordem de prisão, mas, se coubesse a mim, o senhor não sairia daqui solto”, afirma Rogério Correia.

Versão Fantasiosa

“Coronel Lawand, ninguém acreditou na sua versão. Ninguém. Repito: acho que nem o senhor acredita nessa versão. O senhor acha mesmo que amanhã o Judiciário vai acreditar nessa sua versão com essa evidência dos fatos do diálogo seu e do Mauro Cid?”, questiona o deputado Rubens Pereira Jr. (PT-MA).

Para Rubens, o coronel perdeu a oportunidade de se defender. “Infelizmente, o senhor perde uma gigantesca oportunidade de se defender, de trazer para esta Comissão, com histórias críveis – crível é aquilo que dá para crer. A história que o senhor traz é incrível, fantasiosa, a meu ver, inclusive, mentirosa”.

O petista ainda falou para Lawand que os bolsonaristas o abandonaram. “Amanhã o senhor estará sozinho respondendo o processo judicial, o bolsonarismo já te abandonou. É hora de o senhor pensar na sua família e falar a verdade”.

Na mesma linha, o deputado Carlos Veras (PT-PE) disse que o coronel está sozinho. “O senhor já viu aqui que o senhor está sozinho nessa luta inglória. Infelizmente, o senhor perdeu uma grande oportunidade nessa CPMI de poder se defender, porque saiba que não terá a defesa deles. E os atos que o senhor cometeu, os atos antidemocráticos, o senhor vai ter que responder pela história, responderá durante todo esse período de investigação. Eu desejo muita sorte, que Deus lhe proteja, porque o senhor está abandonado pelo ex-presidente”.

Bolsonaro é o culpado

Para Rogério Correia, Jean Lawand denunciou que Bolsonaro é o culpado pelas manifestações antidemocráticas que aconteceram no Brasil após a vitória de Lula nas eleições de 2022. “Tudo isso que aconteceu no Brasil, aconteceu porque o Bolsonaro não deu ordem para apaziguar o país. O senhor ainda disse que eles continuaram na frente do Exército porque ele não deu ordem. Isso é a denúncia que o senhor está fazendo”, apontou.

Rubens Pereira disse que os diálogos revelados mostram que o coronel fez “um verdadeiro incentivo ao golpe” e um “apelo ao golpe”. “O senhor fica inventando histórias fantasiosas, delirantes, em que ninguém acredita. Na sua defesa, o máximo que o senhor consegue é dizer que Bolsonaro foi omisso, é dizer que ele podia ter tentado pacificar o País. Aqui, de fato, nós temos que concordar nesse ponto. O presidente Bolsonaro, que não reconhece o resultado da eleição – não reconhece -, fica omisso, covarde. Poderia ter evitado a tentativa de todos esses golpes se tivesse reconhecido o resultado eleitoral”.

“As mensagens trocadas entre o senhor e o Cid, na minha compreensão, deixam claramente o processo de construção de um golpe de Estado, que não aconteceu, porque Bolsonaro não confiou no Alto-Comando do Exército”, afirmou Carlos Veras.

 

Lorena Vale

 

 

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