Coronel da PMDF incentivou o golpe e precisa responder por isso, afirma Rogério Correia

Comando da PMDF foi conivente com os terroristas bolsonaristas que depredaram a Praça dos Três Poderes. Foto: Agência Brasil/Arquivo

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Golpe ouviu, nesta terça-feira (29), o coronel Fábio Augusto Vieira, ex-comandante-geral da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), que ocupava o cargo no dia 8 de janeiro quando terroristas bolsonaristas invadiram e depredaram às sedes dos Três Poderes. Ao contrário do que aconteceu na CPI dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa do Distrito Federal, o militar permaneceu em silêncio durante sua oitiva no Congresso Nacional.

Deputado Rogério Correia. Foto: Alessandro Dantas/PT no Senado

Em seu depoimento à CLDF, o coronel afirmou que na manhã do dia 8 de janeiro o efetivo da PMDF era suficiente, pois ainda não tinham a informação de que os manifestantes que estavam nos acampamentos em frente ao Quartel do Exército iriam descer para a Esplanada dos Ministérios.

Mas para o deputado Rogério Correia (PT-MG) o que Fábio Vieira disse não condiz com os fatos. “Havia uma série de [mensagens] de WhatsApp repassadas que colocavam a necessidade, desde o dia anterior ou até antes, de que era necessária a atuação de uma força militar de volume maior. Então, dizer que de manhã, no dia 8, não sabia, sinceramente, não condiz com os fatos que foram aqui apresentados”.

A pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) no dia 18 de agosto, a Polícia Federal prendeu 7 policiais da cúpula da PMDF, entre eles o coronel Fábio Augusto Vieira, o atual comandante da PMDF, coronel Klepter Rosa e ainda o coronel da PM Marcelo Casimiro Rodrigues.

Mensagens golpistas

Mensagens divulgadas pela PGR mostram que os coronéis da PM de Brasília, Fábio Vieira, Klepter Rosa e Casimiro Vasconcelos Rodrigues – que era o responsável pelas tropas na Esplanada – desejavam que fosse dado um golpe de Estado não permitindo a posse do presidente Lula e que o ex-presidente Jair Bolsonaro teria o apoio das Forças Armadas para “vencer o comunismo”.

Coronel Fábio Vieira presta depoimento na CPMI do Golpe. Foto: Alessandro Dantas

“Os três mais importantes que deviam combater o golpe fizeram uma troca entre eles de mensagens onde incentivavam o golpe que seria dado no Brasil. Ora, que comando é esse? É óbvio que tem sete comandantes presos, porque entre si eles combinavam o golpe. Foi exatamente isso que foi feito por eles”, apontou o deputado Rogério Correia.

Para o parlamentar mineiro a decisão de prender o comando é acertada. “É óbvio que tem que estar preso. Eles eram comandantes do golpe, não comandantes para evitar o golpe e fazer com que a democracia prevalecesse (…) com o comando que a Polícia Militar tinha, só podia dar o golpe”.

Culpados

Rogério Correia defendeu que os comandantes do Exército também prestem conta pelo ocorrido em Brasília. “Não é justo que apenas a cúpula da PMDF esteja presa. Se seguirmos o mesmo padrão e se existe justiça neste país, em breve teremos presos também os comandantes que agiram como golpistas e conspiradores dentro das Forças Armadas”.

Para ele, o General Dutra tem que responder por não ter autorizado a retirada dos bolsonaristas da frente do quartel [Quartel General]. “Ele não deixou tirar nada, absolutamente nada de lá, da frente do quartel. E aqui mesmo os próprios militares dizem que seria essencial que fosse retirado”.

Urnas e hacker

Correia também quer que o ex-ministro da Defesa de Bolsonaro Paulo Sérgio Nogueira, explique na Comissão sobre a ida do hacker Walter Delgatti à pasta. Segundo o hacker, eles conversaram sobre a possibilidade de as urnas serem invadidas.

 

Lorena Vale

 

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