Contagem regressiva para o governo aprovar um orçamento sem transparência

O orçamento ainda não representa uma resposta à crise sanitária, econômica e social que o país está atravessando. Não fala de programas de geração de emprego e renda, para um Brasil com 14 milhões de desempregados e 19 milhões de pessoas, que passam fome.

O Orçamento 2021 tem quer aprovado na próxima quinta-feira, dia 22 de abril, pelo presidente Jair Bolsonaro. A contagem regressiva da peça orçamentária, que estava nas mãos do Poder Executivo, teve novos episódios nesta semana. Foi preciso que o governo fizesse novos remendos para tentar desarmar a bomba-relógio feita por Paulo Guedes e aprovada por sua base aliada no Congresso Nacional.

O Projeto de Lei do Congresso Nacional 2/2021 buscou afrouxar as normas de ajuste fiscal para que o Governo não furasse o Teto de Gastos, ou seja, não gastasse mais do que permitido e o presidente fosse implicado no crime de responsabilidade. Foram costurados pontos para que as emendas parlamentares fossem preservadas, sem desagradar Guedes.

A conta ainda é complicada. Com a aprovação de R$ 9 bilhões extras para este ano, o governo vai poder pagar o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda (Bem); o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), que dá crédito a micro e pequenas empresas; e o Programa Emergencial de Acesso a Crédito. No entanto, o valor não cobre os custos de mais de R$ 15 bilhões dos programas, previstos pelo Ministério da Economia para essas ações.

A aprovação da lei apenas abre o caminho para que a lei do Orçamento 2021 seja sancionada. E que também esfriasse os ânimos entre Guedes e o Planalto.

Outra preocupação que os governistas não tiveram foi com as despesas para o funcionamento dos órgãos federais. O texto do PLN dá brecha para cortes de acordo com sua conveniência para ajustar o orçamento. Podem entrar no rol das despesas discricionárias, os gastos com energia elétrica, água, os terceirizados e materiais administrativos, investimentos em infraestrutura, bolsas de estudo entre outros.

Como já sabemos, as Universidades e institutos federais têm sido penalizados constantemente, e podem sofrer novamente com esses “ajustes”, por exemplo. E, portanto, teremos que ficar atentos para que não haja paralisações da máquina pública por falta de verba até o fim do ano. Além de cobrar maior transparência nos gastos e remanejamentos do governo, nesse período.

Para tentar melhorar as mudanças nesse orçamento, o PT, apresentou emenda e conseguimos preservar recursos para as ações e serviços públicos de saúde, garantindo o enfrentamento à pandemia de Covid-19.

Mas todas essas situações e erros da equipe econômica vão se repetindo nas políticas de Guedes e Bolsonaro, privilegia-se uma pequena parcela, em detrimento dos serviços públicos e da população mais pobre. Sempre miram o sucateamento da saúde pública, cortes de recursos na educação e em programas e ações de assistência social para cobrir os gastos dos acordos que governo negociou.

No fim, o resultado continua o mesmo. O orçamento ainda não representa uma resposta à crise sanitária, econômica e social que o país está atravessando. Não fala de programas de geração de emprego e renda, para um Brasil com 14 milhões de desempregados e 19 milhões de pessoas, que passam fome. Não estabelece condições para um auxílio emergencial digno de R$ 600, nem propostas de enfrentamento à pandemia, com vacina gratuita para todos e melhores estruturas e insumos no SUS.

Enio Verri é deputado federal (PT-PR)

Artigo publicado originalmente no site Brasil 247

Está gostando do conteúdo? Compartilhe!

Postagens recentes

CADASTRE-SE PARA RECEBER MAIS INFORMAÇÕES DO PT NA CÂMARA

Veja Também

Jaya9

Mostbet

MCW

Jeetwin

Babu88

Nagad88

Betvisa

Marvelbet

Baji999

Jeetbuzz

Mostplay

Melbet

Betjili

Six6s

Krikya

Glory Casino

Betjee

Jita Ace

Crickex

Winbdt

PBC88

R777

Jitawin

Khela88

Bhaggo

jaya9

mcw

jeetwin

nagad88

betvisa

marvelbet

baji999

jeetbuzz

crickex