A Comissão de Fiscalização Financeira e Controle (CFFC) da Câmara aprovou, nesta quarta-feira (29), o requerimento 231/2021, do deputado Jorge Solla (PT-BA), de realização de audiência pública para debater as orientações do Conselho Federal de Medicina (CFM) ao governo federal sobre adoção de protocolos de tratamento do Covid-19.
“Ainda ontem na CPI da Covid no Senado a advogada de vários médicos que atuavam na Prevent Sênior que mostraram a verdadeira Auschwitz brasileira implementada naquele hospital. Estamos nos aproximando dos 600 mil obtidos no Brasil, e o presidente continua pregando o uso de medicamentos ineficazes que não são utilizados em nenhum lugar do mundo. E pior: com o aval do Conselho Federal de Medicina”, destaca Solla.
O requerimento se fundamenta no pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro na abertura da 76ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), no dia 21 de setembro, em que disse ter seguido “recomendação do nosso Conselho Federal de Medicina” em favor do “o tratamento inicial”, o chamado “tratamento precoce” ou “kit Covid”.
A audiência pública, marcada para o dia 18 de outubro, tem como convidados Mauro Luiz de Britto Ribeiro, presidente do CFM, Marcelo Queiroga, ministro da Saúde; Ceuci de Lima Xavier Nunes, da Associação Brasileira de Médicas e Médicos pela Democracia (ABMMD), além de representante do Tribunal de Contas da União (TCU).
Entre os fatos que serão tratados na audiência está a linha do tempo entre as notas do CFM que chancelaram a utilização de cloroquina e demais medicamentos no tratamento do Covid, e a repercussão na gestão pública: o ministério da Saúde empenhou recursos e esforços para produzir, distribuir e divulgar o uso de medicamentos ineficazes, fato que está em investigação por auditoria no Tribunal de Contas da União – a área técnica compreendeu que a distribuição de cloroquina pelo Sistema Único de Saúde (SUS) foi ilegal.
“Realmente ontem o depoimento da advogada dos médicos da Prevent Sênior causou perplexidade em todos nós. Estamos falando de senhores idosos que foram usados como cobaias para comprovar uma tese furada, e até o momento o que assistimos é um CFM que não se pronuncia”, destaca o deputado federal Leo de Brito (PT-AC), que subscreveu o requerimento, junto com o deputado Hildo Rocha (MDB-MA).
Assessoria Parlamentar