A comissão especial que analisa a Medida Provisória (MP 621/13) que instituiu o Programa Mais Médicos realizou nesta terça-feira (3) a primeira audiência pública para discutir o tema. Uma das divergências presente no debate foi a contratação de médicos estrangeiros para atuar no Brasil, principalmente os cubanos.
O coordenador do Fórum Nacional dos Dirigentes das Escolas de Medicina das Instituições Federais de Ensino, Antônio Carlos Lopes, por exemplo, classificou o currículo do curso de medicina de Cuba, como “extremamente fraco”.
Para o relator da matéria na comissão, deputado Rogério Carvalho (PT-SE) o programa vai “desobstruir” o setor de saúde no país. “Não podemos ficar cegos a isso. Não podemos apequenar um debate tão grandioso como o debate de mais médico, mais saúde no Brasil”, afirmou.
O petista ressaltou, por outro lado, que todas as contribuições são fundamentais para a confecção do seu relatório. Para ele, o Congresso “tem a oportunidade de passar a limpo o atraso e o abandono que comunidades inteiras foram sujeitadas sem profissionais médicos”.
Rogério Carvalho lembrou que não existe no Brasil a cultura da prática médica geral e nem a do cuidado continuado à população que mais precisa do serviço de saúde. Esse quadro, explicou, confirma uma oportunidade “impar” para se debater a questão de formação e da qualidade desse profissional. Ele se referiu a um dos pontos que consta da MP que é a instituição do segundo ciclo para o curso de medicina. Ou seja, após a graduação de seis anos, o estudante terá mais dois anos para qualificar a formação atuando na atenção básica e na urgência e emergência.
“Este é um espaço para construirmos o campo de prática, de reprodução e criação de uma concepção clara de que o especialista deve atuar com a visão geral, consolidando assim, uma presença forte de uma medicina de qualidade para todos os brasileiros que precisam desses cuidados “, frisou Rogério Carvalho.
O debate contou com a participação de representantes das entidades médicas, gestores de saúde, fóruns de entidades de instituição de ensino superior e do governo.
Benildes Rodrigues