A Comissão de Fiscalização Financeira e Controle (CFFC) da Câmara aprovou, na semana passada, o relatório da subcomissão especial de acompanhamento dos gastos para a Copa e os Jogos Olímpicos. O vice-presidente da subcomissão, deputado Edson Santos (PT-RJ), destacou o esforço do grupo e avaliou que os recursos estão sendo aplicados de forma correta.
A subcomissão visitou dez das doze cidades que sediarão jogos da Copa do Mundo, incluindo o Rio de Janeiro, que sediará os Jogos Olímpicos e os Jogos Paraolímpicos em 2016, e trabalhou em parceria com o Tribunal de Contas da União (TCU), principal órgão responsável pela fiscalização dos gastos do orçamento federal.
“Fizemos um esforço para ajudar na fiscalização e na transparência em relação aos gastos para esses eventos e verificamos, com o apoio do TCU, que os recursos estão sendo aplicados de forma correta, sem problemas graves”, afirmou Santos.
De acordo com o relatório aprovado na CFFC, a União (considerando os recursos próprios e financiamentos concedidos por meio da CEF e do BNDES) participa com 59% (R$ 15 bilhões) do total dos gastos planejados para a Copa de 2014. Para Edson Santos, o legado das obras e o retorno econômico justificam o investimento para o País receber a competição.
“Embora haja críticas e cobranças pertinentes, a população será beneficiada com a modernização e uma melhoria significativa dos aeroportos, dos sistemas de transporte coletivo, da mobilidade urbana nas grandes cidades. Além disso, o retorno econômico previsto [R$ 142 bilhões, segundo a consultoria Ernst & Young e a Faculdade Getúlio Vargas], que será cinco ou seis vezes superior ao investimento feito, a projeção internacional do Brasil no turismo, entre outras áreas, justifica a realização da Copa do Mundo”, avalia o parlamentar fluminense.
“O nosso povo também é apaixonado por futebol e agora teremos estádios belíssimos, modernos e com melhores condições para o público que frequenta os jogos. O Maracanã, por exemplo, foi construído em 1950 e desde então só havia passado por reformas parciais”, complementou Edson Santos.
O deputado lembra que, na época da Copa de 1950, o maior crítico aos investimentos para o evento era o então vereador carioca Carlos Lacerda, da extinta União Democrática Nacional (UDN), que viria a apoiar o Golpe de 1964. “Lacerda ocupava praticamente todos os dias a tribuna da Câmara Municipal para atacar a realização da Copa do Mundo e a construção do Maracanã. Depois, o estádio virou um símbolo nacional do nosso esporte mais popular”, observou Santos.
Atualmente, de acordo com levantamento do Sindicato da Arquitetura e da Engenharia (Sinaenco), já estão prontos os seguintes estádios: Maracanã, Mané Garrincha, Fonte Nova e Arena de Pernambuco. O atual estágio de conclusão dos outros estádios é: Arena das Dunas, 78%; Arena do Itaquera, 80%; Beira Rio, 73%; Arena da Baixada, 71%; Arena Pantanal (Cuiabá), 73%; e Arena da Amazônia (Manaus), 62%.
O relatório aprovado na CFFC e os documentos analisados foram encaminhados a mais de 40 órgãos e entidades. A subcomissão especial continuará fiscalizando os gastos das obras que ainda não foram concluídas.
Rogério Tomaz Jr. com Agência Câmara
Foto: Erica Ramalho/Governo do RJ