O pacote de maldades do governador José Ivo Sartori (PMDB), no Rio Grande do Sul, começou a ser votado nesta segunda-feira (19) pela Assembleia Legislativa do estado com muita tensão e confronto entre servidores e policiais da tropa de choque. Além da porta de entrada da Assembleia estar fechada ao público há vários dias, o acesso às galerias também foi suspenso e uma cerca isola o acesso ao edifício, cujo acesso é permitido apenas a poucas pessoas. O Batalhão de Choque da Brigada Militar cerca o prédio do Parlamento estadual.
Desde a divulgação do pacote, os funcionários públicos ameaçados de demissão realizam protestos contra a decisão arbitrária do governo do peemedebista. O plano do governador do Rio Grande do Sul é a extinção de onze órgãos públicos, sendo nove fundações, uma autarquia e uma companhia. Serão demitidos funcionários regidos pela Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT). Também está prevista a diminuição de secretarias de 20 para 17. Na lista de corte estão instituições de pesquisa como a Fundação de Economia e Estatística (FEE), que elabora estudos e gera dados em diferentes áreas, e a Fundação Piratini, que responde pela concessão pública de rádio e TV no Estado.
Parlamentares da Bancada do PT na Câmara Federal criticaram o pacote de medidas e manifestaram solidariedade aos servidores públicos estaduais. Para o deputado Pepe Vargas (PT-RS), o pacote traz a marca do PMDB. “O pacotaço de Sartori é a velha fórmula do PMDB: vende o patrimônio público, aumenta impostos e amplia ainda mais a crise. Me solidarizo com os trabalhadores do serviço público, de diversas órgãos e empresas, como o caso da rádio e TV educativa do Rio Grande do Sul. Sartori, além de querer liquidar o serviço público, demonstra que é um vassalo dos oligopólios midiáticos do estado. Espero que a Assembleia Legislativa não permita o absurdo da extinção da rádio e da TV educativa do Estado”, afirmou.
O deputado Paulo Pimenta (PT-RS) disse que o pacote é um desastre. “Esse governo do PMDB de Sartori pretende iniciar um verdadeiro desmonte da estrutura pública do estado do Rio Grande do Sul. E, para isso, estamos assistindo a uma verdadeira praça de guerra em que se transformou a área externa do Parlamento gaúcho”, lamentou.
“Desastroso” foi adjetivo usado também pelo deputado Marcon (PT-RS) para se referir ao conjunto de medidas dos governos estadual e federal. “Temer e Sartori não são donos do patrimônio público, não têm o direito de desmontar o estado brasileiro e nem o estado gaúcho. Tudo isso atingirá, principalmente, a população mais pobre país, o que é esperado de governos que estão à serviço do capital e dos mais ricos”, ressaltou.
Campanha – Um grupo de sindicatos, organizações não governamentais, associações, artistas, intelectuais e cidadãos em geral lançou a “Campanha em Defesa do Trabalho, dos Direitos. O objetivo é denunciar as tentativas de retirada de direitos históricos conquistados em nível estadual e nacional e organizar a resistência contra a ofensiva sobre esses direitos. “Queremos alertar a sociedade para as mentiras veiculadas pela mídia convencional e desmascarar os verdadeiros interesses por trás de propostas como as que promovem cortes de gastos por 20 anos em áreas como educação e saúde”, diz a nota de apresentação do movimento publicada no site da campanha: www.emdefesadosdireitos.com.br
Gizele Benitz
Foto: Ronan Dannenberg