O vírus avança de maneira virulenta pelo interior do estado de São Paulo. Vários municípios ultrapassaram o limite máximo da capacidade de ocupação dos leitos de UTI e pacientes estão morrendo nos pronto-socorros dos hospitais enquanto aguardam vagas de UTI. 23 cidades de Ribeirão Preto e Franca aumentaram as medidas restritivas de circulação de pessoas. 11 decretaram lockdown. Para fazer frente às ações e permitir a circulação do vírus, Jair Bolsonaro acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) para impedir que governadores adotem medidas semelhantes.
Por meio da Advocacia Geral da União (AGU), Bolsonaro moveu ações junto ao STF contra os governos de Pernambuco, Paraná e Rio Grande do Norte para impedir decretos que determinem qualquer adoção de medidas restritivas.
De acordo com a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI), a AGU argumenta que o “intuito da ação é garantir a coexistência de direitos e garantias fundamentais do cidadão, como as liberdades de ir e vir, os direitos ao trabalho e à subsistência, em conjunto com os direitos à vida e à saúde de todo cidadão, mediante a aplicação dos princípios constitucionais da legalidade, da proporcionalidade, da democracia e do Estado de Direito”.
A governadora do Rio Grande do Norte Fátima Bezerra (PT) reagiu à investida genocida do líder de extrema direita. “Ninguém tem sossego”, comentou a governadora ao Painel da Folha. “A gente estava celebrando essa conquista grande que foi a inclusão dos trabalhadores da educação no grupo prioritário da vacinação, parecia uma luz no fim do túnel, e aí vem uma notícia dessas”, lamentou.
A absurda ação movida por Bolsonaro chega em um momento em que o estado governado por Bezerra se aproxima de uma taxa de ocupação de leitos de 90%. A governadora determinou toque de recolher entre 22h e 5h, do dia 22 de maio até 6 de junho, em 37 municípios. Ela pretende recorrer caso as medidas sejam suspensas.
A sabotagem deliberada de Bolsonaro ao combate à pandemia segue causando estragos pelo país. De acordo com o último boletim da Fiocruz, 17 estados e o Distrito Federal têm ocupação de leitos de UTI acima de 80%. 10 capitais já ultrapassaram a taxa de 90% de ocupação dos leitos.
Com a chegada da variante indiana ao país nesta semana, especialistas calculam que o sistema de saúde, já em colapso, não terá condições de suportar os efeitos de uma nova onda de infecções por Covid-19.
Da Redação, com informações de Folha de S. Paulo