Com o voto contrário da Bancada do PT, Câmara aprova texto-base do projeto que legaliza bingos e cassinos

Líder Reginaldo Lopes. Foto: Paulo Sergio/Câmara dos Deputados

O plenário da Câmara aprovou, nesta quarta-feira (23), o texto-base do projeto lei (PL 442/91), que legaliza os bingos, cassinos, jogo do bicho e on-line no Brasil. O líder da bancada, deputado Reginaldo Lopes (MG), ao encaminhar o voto do partido, contrário à proposta, afirmou que a legalização dos jogos não é a pauta para a recuperação econômica do País. “A pauta deveria ser baseada numa combinação de alguns elementos extremamente importantes para gerar um mercado interno mais pujante. A crise no mundo capitalista é a crise de concentração de riqueza. Na verdade, eu não acredito que liberar os jogos produza essa geração de riqueza. Muito pelo contrário, pode concentrá-la ainda mais, além das consequências decorrentes dos jogos de azar”, enfatizou. Os destaques apresentados ao texto serão apreciados nesta quinta-feira.

O deputado Henrique Fontana (PT-RS) também criticou a proposta, enfatizando que ela garante uma legalização geral, ampla e irrestrita de todos os tipos de jogos de azar no País. “Não é a formalização limitada de um tipo de jogo de baixo valor, o que até poderia ser um caminho. Mas o projeto não é para legalizar o jogo do bicho da esquina. É a legalização de uma atividade que gera concentração de rendas. Vai favorecer os grandes resorts, os grandes cassinos, os grandes jogos on-line”, denunciou.

Fontana contestou ainda o argumento de que o caminho do desenvolvimento social e econômico das famílias, o caminho do desenvolvimento e do bem-estar do povo brasileiro seria a oferta de jogos de azar. “É um absurdo achar que os jogos de azar seriam a grande solução para o desemprego que a atual política econômica gera no País. O que gera empregos é o poder compra de uma sociedade. E o que vai se fazer aqui, com este projeto, é diminuir o número de empregos no Brasil, porque os jogos de azar, por natureza, são uma atividade que gera enorme concentração de lucro. Milhões de pessoas jogam para perder dinheiro e pouquíssimas pessoas ganham dinheiro”, criticou.

Deputado Henrique Fontana -Foto: Paulo Sérgio/Câmara dos Deputados

Saúde pública

Outra questão que precisa ser avaliada, segundo Fontana, é a de saúde pública. Ele citou que estudos são fartos no mundo inteiro, mostrando que, para muitas pessoas, o nível de dependência do jogo leva à ruína progressiva da saúde mental, da vida, leva à ruína inúmeras famílias. “Este projeto vai turbinar o mundo do jogo do azar. É como se nós estivéssemos aqui votando um incentivo fiscal para que o Brasil virasse um grande centro de jogos de azar”, alertou.

Lavagem de dinheiro

Fontana disse ainda que era preciso deixar claro que o jogo, da forma como está sendo proposto no projeto, numa amplitude ampla geral e irrestrita, vai facilitar brutalmente o crime organizado e a lavagem de dinheiro. “Existem técnicos e auditores da Receita que têm dado entrevistas e apresentado trabalhos que mostram consistentemente que esta questão de que nós vamos arrecadar impostos virtuosamente por regularizarmos todos os jogos de azar é uma verdadeira ilusão, é uma falácia”, afirmou, acrescentando que o Brasil precisa é voltar a cobrar o Imposto sobre Lucros e Dividendos, o Imposto sobre Grandes Fortunas, o Imposto sobre a Propriedade de Aeronaves e Embarcações, sobre os jatos e as embarcações de luxo.

Encontro da criminalidade

O deputado Patrus Ananias (PT-MG) ao se manifestar contrário à proposta, fez um apelo: “não transformemos o Brasil, a grande e querida Pátria brasileira, em um grande cassino. Não vamos promover, facilitar, criar espaços para o encontro da criminalidade, da violência, do chamado crime organizado, que desorganiza tudo, da corrupção, por meio desses cassinos. Nós bem sabemos que eles não são espaços da virtude e dos valores que queremos preservar no País”.

Patrus Ananias afirmou que o turismo nacional deve ser vinculado às belezas naturais e à cultura nacional, e não aos cassinos, como argumentam os defensores do projeto. “Dizem que a abertura dos jogos vai possibilitar empregos, mas sabemos que não será assim. O turismo nós temos de pensar pelas belezas e potencialidades do País”, enfatizou.

Deputado Patrus Ananias (PT-MG) – Foto – Paulo Sergio-Câmara dos Deputados

Patrus Ananias ainda leu trecho de nota divulgada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) contra a proposta, considerando que os cassinos podem ser transformados “em instrumento de lavagem de dinheiro oriundo de atividades criminosas”.

Vício

E o deputado Carlos Zarattini (PT-SP) reconheceu que há argumentos favoráveis, mas afirmou que o PT não vai apoia a proposta. “Evidentemente, os argumentos favoráveis – aumento da arrecadação e a legalização de uma prática já existente – são válidos. Porém, o que nos leva a votar contrariamente é exatamente a possibilidade de que muitas e muitas pessoas que hoje não acessam os jogos de azar acabem se aproximando dessa prática e se viciando. Isso, sim, é mais um problema que nós vamos ter de saúde em nosso País”, argumentou o deputado, lembrando que no Brasil já existem problemas com as drogas, com o alcoolismo. “São milhões de pessoas que têm que ser tratadas e nós não queremos ver mais uma prática, como essa, se expandindo, atingindo e levando à ruína milhares de lares no Brasil”.

Deputado Zarattini. Fotos: Paulo Sergio

Texto-base aprovado

Pelo texto-base aprovado na forma do substitutivo do deputado Felipe Carreras (PSB-PE), os cassinos deverão obrigatoriamente ser instalados em resorts como parte de complexo integrado de lazer que deverá conter, no mínimo, 500 quartos de hotel de alto padrão, locais para reuniões e eventos, restaurantes, bares e centros de compras.

O projeto propõe a estruturação do “Sistema Nacional de Jogos e Apostas”, integrado por órgão regulador e supervisor federal de jogos e apostas; entidades operadoras de jogos e apostas; entidades turísticas; empresas de auditoria contábil; empresas de auditoria operacional de jogos e apostas registradas no órgão regulador e supervisor federal, entidades de autorregulação do mercado de jogos; e apostas registradas no órgão regulador e supervisor federal.

Pelo texto-base fica permitida a exploração de jogos de cassino, jogos de bingo, jogo do bicho e on-line. Fica ainda definido que os jogos e as apostas poderão ser explorados por meio de estabelecimentos físicos ou virtuais.

Por se tratar de atividade econômica sujeita ao controle do Estado, o acesso a ela não será livre, mas condicionado à obtenção de atos de consentimento. Para isso, serão necessários: autorização para constituição das entidades operadoras de jogos; e licença para operação das entidades operadoras de jogos e apostas.

 

Vânia Rodrigues

 

Está gostando do conteúdo? Compartilhe!

Postagens recentes

CADASTRE-SE PARA RECEBER MAIS INFORMAÇÕES DO PT NA CÂMARA

Veja Também

Jaya9

Mostbet

MCW

Jeetwin

Babu88

Nagad88

Betvisa

Marvelbet

Baji999

Jeetbuzz

Mostplay

Melbet

Betjili

Six6s

Krikya

Glory Casino

Betjee

Jita Ace

Crickex

Winbdt

PBC88

R777

Jitawin

Khela88

Bhaggo

jaya9

mcw

jeetwin

nagad88

betvisa

marvelbet

baji999

jeetbuzz

crickex

https://smoke.pl/wp-includes/depo10/

Depo 10 Bonus 10

Slot Bet 100

Depo 10 Bonus 10

Garansi Kekalahan 100