O líder da Minoria no Congresso, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), defendeu hoje (8) a revisão das reformas trabalhista e da Previdência no futuro governo, para resgatar os direitos do povo suprimidos pelos governos neoliberais Michel Temer e Bolsonaro. Ele qualificou como “mentira” os argumentos veiculados “unanimemente” pela grande mídia em defesa das duas reformas.
Conforme recordou o deputado, o argumento de que haveria “redução dos custos no Brasil e geração de confiança no mercado, investimentos e empregos”, levando ao crescimento econômico e à melhoria da qualidade de vida da população, foi “tudo mentira” e, portanto, as duas reformas devem ser revistas.
Ele denunciou que o modelo econômico atual “resulta numa situação absolutamente indefensável”, já que cerca de 20 milhões de pessoas passam fome diariamente e “mais de 100 milhões que não têm a chamada “segurança alimentar””, não sabendo se vai ou não se alimentar no dia a dia.
Salário mínimo desvalorizado
A situação do povo brasileiro, de acordo com o parlamentar, é agravada com a política do governo Bolsonaro de não conceder aumento real para o salário mínimo desde que assumiu, em janeiro de 2019. “Por anos, pelo menos três anos sucessivos, o salário mínimo não é reajustado de acordo com a inflação; escolhe-se um índice que não corresponde ao índice maior necessariamente”, lamentou Chinaglia.
O parlamentar frisou que a crise é tão grave que só 48% da mão de obra do País está ocupada. “Portanto, nós temos mais da metade da mão de obra desocupada no nosso País. Temos cerca de 11 milhões de desempregados e 6 milhões dos chamados “desalentados”, que, na minha opinião, são os desempregados mais antigos. E temos milhões e milhões de pessoas fazendo um trabalho intermitente, ou seja, fazendo bico”, afirmou.
Fome e miséria
“Se combinarmos desemprego com salário baixo e inflação, temos como resultado um quadro absolutamente desolador”, afirmou o líder da Minoria no Congresso. Como exemplo, observou que a imprensa noticiou recentemente que há pessoas que deixaram de pagar a energia elétrica para poder se alimentar, como consequência da política de preços do governo militar liderado pro Bolsonaro.
Ele condenou o processo de privatização da Eletrobras, a maior empresa de geração de energia elétrica da América Latina. Segundo ele, a iniciativa de Bolsonaro é “uma farsa”. Ele esclareceu que apelidaram o processo de “capitalização” da estatal para se “passar a ideia de que a empresa precisava de aporte de recursos”, embora tenha dado lucro de 30 bilhões de reais nos últimos três anos. “Mas o fato é que, com o apelido de capitalização, eles abdicam de fazer leilão. Ao fazer leilão, teriam que estabelecer preço mínimo, e não o fizeram”, sublinhou Chinaglia.
“Por isso tudo, nós precisamos aproveitar este ano de eleições gerais, mudar os rumos do País, derrotando Bolsonaro, elegendo alguém como o Lula”, comentou Chinaglia em discurso no plenário da Câmara.
Redação PT na Câmara