O presidente da Comissão de Cultura da Câmara, deputado Chico D’Angelo (PT-RJ) afirmou nesta segunda-feira (16) que a extinção do Ministério da Cultura pelo governo interino de Michel Temer é um simbolismo que retrata a repressão à cultura brasileira.
“Um golpe tende a restringir direitos. Um governo interino com este perfil conservador, como estamos vendo, toma como uma das primeiras medidas, até de forma simbólica, acabar com o Ministério da Cultura. E isso porque a democracia é umbilicalmente ligada à cultura. Ou seja, é uma retaliação deste governo interino a um setor brasileiro que tem a capacidade de formulação crítica. Fazer com que as pessoas analisem com a razão, que vem na lógica contrária deste governo interino. O que está em curso é uma proposta muito mais geral de retrocesso do que propriamente o equívoco em si da extinção do Minc”, reiterou Chico D’Angelo.
O presidente da Comissão de Cultura da Câmara defendeu um amplo debate com ex-ministros da Cultura, de diferentes governos, “para que possam dar o testemunho da importância da cultura como um todo para o país”. De acordo com Chico D’Angelo, na reunião do colegiado da próxima quarta-feira (18) será apreciado requerimento de sua autoria propondo a audiência pública.
Carta de Defesa – Chico D’Angelo destacou ainda a aprovação, na semana passada, na Comissão de Cultura, da Carta de Defesa à Cultura, assinada por 18 colegiados culturais brasileiros e mais o Pleno do Conselho Nacional de Política Cultural, em que pedem ao governo Michel Temer que não incorpore a pasta ao Ministério da Educação.
Na carta, a fusão é considerada como “um extremo retrocesso no desenvolvimento das políticas públicas de cultura do país”. A carta tem representatividade dos mais diversos setores da cultura nacional, como música, teatro, circo, artesanato, arquitetura e urbanismo, cultura popular, dos povos indígenas, entre outros. Ela pede que a autonomia da Cultura seja mantida, sem transformá-la em secretaria ou coisa parecida.
Equipe PT na Câmara com Assessoria da Comissão