Brasília testemunhou neste sábado (13) a mais uma tentativa da claque bolsonarista de intimidar os poderes da República. Pela manhã, meia dúzia de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro tentou invadir o Congresso Nacional. O grupo “300”, liderado por Sara Winter, não gostou de ter o seu acampamento escorraçado da Esplanada dos Ministérios pelo governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha. À noite, os revoltados lançaram fogos de artifício em direção ao Supremo Tribunal Federal (STF), simulando um bombardeio.
A líder do movimento Sara Winter é investigada pelo STF no inquérito que apura fake news, por envolvimento com grupos criminosos que criam e espalham notícias falsas, e promovem ataques aos ministros da Suprema Corte.
As ações que se assemelham a terrorismo foram duramente criticadas pelos parlamentares da Bancada do PT na Câmara, em suas redes sociais.
O líder da Minoria na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), cobrou reação das instituições ao atentado promovido pelos seguidores do presidente. “O Congresso e o STF precisam reagir contra esses fascistas”.
“Estão colocando o presidente contra parede para manter a milícia armada em funcionamento? Sara Winter e sua tropa de malucos precisam ser parados. Chega de abusos e de incitações antidemocráticas”, escreveu o líder da Minoria no Congresso Nacional, deputado Carlos Zarattini (PT-SP). Ele se referiu ao fato de Winter ter cobrado do presidente Jair Bolsonaro reação ao desmanche do acampamento feito pelo GDF.
Para a deputada Erika Kokay (PT-DF), o GDF deu um basta na bandalheira promovida pelos correligionários de Bolsonaro na Esplanada. “Acabou para os ‘300 pelo Brasil’. Nunca foram 300. Sempre foi meia dúzia de gato pingado que estava ilegalmente na Esplanada para destilar ódio e atacar a democracia e as instituições”, escreveu.
O deputado Nilto Tatto (PT-SP) também se manifestou em sua conta no Twitter. “Bolsonaristas lançaram fogos em direção ao STF. Há poucos dias Jair Bolsonaro chamou de terroristas os que se manifestam contra o seu desgoverno. Pergunto: Os que querem fechar o Congresso e STF lançam fogos nas instalações são o que?”, questionou.
Quem pagou?
O deputado Paulo Pimenta (PT-RS) quer saber de onde veio o recurso para pagar os artefatos utilizados pelos bolsonaristas para atacar o STF. “Quem pagou a compra dos fogos? Quanto custou? Foram identificadas as pessoas? A placa dos carros? Os celulares? É normal essa conduta dos órgãos de informação? E os seguranças que são responsáveis pela Praça dos Três Poderes?”, questionou.
O parlamentar ainda questionou: “E se ataque fosse ao prédio do Palácio do Planalto, na mesma praça, a Abin, a PF e o exército responsáveis pela segurança teriam permitido?”, continuou.
E o deputado Rogério Correa (PT-MG) alertou: “Ou tiramos Jair Bolsonaro ou o idiota se projeta. Lembre-se de Hitler”.
Benildes Rodrigues