CDHM vai ao Rio de Janeiro apurar extermínio da juventude negra

A Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados (CDHM) realiza nestas quinta e sexta-feira (6 e 70 a primeira de três diligências previstas em 2017 para colher subsídios sobre a violência contra a população jovem, especialmente negros e pobres. A deputada Benedita da Silva (PT-RJ) foi uma das organizadoras da iniciativa e vem denunciando a gravidade da situação no Rio de Janeiro .

A diligência, aprovada pelo colegiado em reunião deliberativa no mês de maio, é uma iniciativa do presidente da CDHM, deputado Paulão (PT-AL), e pretende visitar comunidades do Rio de Janeiro, apurar informações e conversar com Rafael Braga, jovem negro que foi o único preso nas manifestações de junho de 2013, por portar em sua mochila um vidro contendo Pinho Sol.

O parlamentar apresentou dados que atestam a explosão de homicídios de jovens no Brasil. Se considerarmos as taxas de homicídios de homens jovens os indicadores praticamente dobram, uma vez que os homens representavam 93,8% do total dos homicídios nessa faixa etária. Deste modo, alcançou-se o patamar de 113,2 no Brasil, enquanto em Alagoas, em 2014, houve incríveis 270,3 mortes para cada grupo de 100 mil homens jovens, entre 15 e 29 anos.

Igualmente preocupante é a proporção de mortes para os indivíduos que possuem menos do que oito anos de estudo em relação àqueles com grau de instrução igual ou superior a esse limite. Verificou-se no Atlas que as chances de vitimização para os indivíduos com 21 anos de idade e pertencentes ao primeiro grupo são 5,4 vezes maiores do que os do segundo grupo.

No Brasil, as chances de um indivíduo com até sete anos de estudo sofrer homicídio no Brasil são 15,9 vezes maiores do que as de alguém que ingressou no ensino superior, o que demonstra que a educação é um verdadeiro escudo contra os homicídios.

Conforme aponta o estudo, os negros têm uma probabilidade significativamente maior  de   sofrer   homicídio   no   Brasil,   quando comparada a outros indivíduos. Aos 21 anos de idade, quando há o pico das chances de uma pessoa sofrer homicídio no Brasil, os negros possuem 147% a mais de chances de ser vitimados por homicídios, em relação a indivíduos brancos, amarelos e indígenas.

Confira a agenda da CDHM no Rio de Janeiro:

Quinta-feira – Dia 06/07;

14h – Visita ao jovem Rafael Braga na Penitenciária de Bangu 2

18h – Coletiva de imprensa com os parlamentares da Comissão de Direitos Humanos e Minorias na sede do Instituto de Estudos da Religião – ISER (Rua do Russel, nº 76, 5º andar, Glória).

Sexta-feira – Dia 07/07;

10h – Roda de conversa com movimentos de juventude, lideranças comunitárias e entidades de direitos humanos no Instituto Raízes em Movimento (Avenida Central, 68 – Morro do Alemão, Complexo do Alemão)

14h – Reunião com lideranças comunitárias, culturais, movimentos de juventude e entidades de direitos humanos na Vila Olímpica da Mangueira (Rua Santos Mello, 73 – São Francisco Xavier).

16h – Visita ao morro do Cantagalo para reunião sobre o extermínio da juventude negra e conhecer o projeto Afrobetizar. O projeto trabalha com o protagonismo de negras e negros e alfabetiza crianças com essa perspectiva. Todos os educadores são negros.

 

Assessoria da CDHM

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