Nesta quinta-feira (25), completam-se cinco anos do maior crime ambiental e trabalhista da história do Brasil, a tragédia da Vale em Brumadinho. No entanto, a injustiça persiste, sem reparação para as 272 famílias e para o meio ambiente devastado. Parlamentares do Partido dos Trabalhadores na Câmara dos Deputados expressaram indignação nas redes sociais, denunciando a falta de justiça em face dessas famílias, enquanto a empresa Vale continua a lucrar.
Desde janeiro de 2019, quando uma barragem da empresa em Brumadinho se rompeu, resultando na perda de 272 vidas, a mineradora já acumulou quase U$ 48 bilhões – aproximadamente R$ 235 bilhões na atual cotação da moeda dos Estados Unidos. Paralelamente, as vítimas do desastre continuam a reivindicar indenizações adequadas.
“Cinco anos de um dos maiores crimes ambientais da história do Brasil. O rompimento da barragem em Brumadinho tirou a vida de 270 pessoas e até hoje as famílias não foram indenizadas e o meio ambiente não foi recuperado. Não esqueceremos até que se faça justiça”, afirmou o líder do PT, deputado Zeca Dirceu (PR).
“O rompimento da barragem de Brumadinho não é somente uma tragédia, como também um crime. Os riscos e problemas de estrutura eram conhecidos e, mesmo assim, deixaram que o pior acontecesse, matando centenas de pessoas e causando prejuízos, financeiros e ambientais, incalculáveis para a cidade e região. Após cinco anos desse crime ninguém foi condenado, e não podemos admitir que esta calamidade passe impune”, frisou o deputado Odair Cunha (PT-MG).
Injustiça
A desigualdade entre o crescimento financeiro da Vale e a luta contínua dos afetados pela tragédia ressalta a urgência de uma resposta justa e eficaz. Este quinto aniversário representa não apenas uma data marcante, mas também um doloroso lembrete da necessidade de responsabilização e reparação para as vítimas de Brumadinho e para o meio ambiente que sofreu as consequências dessa tragédia.
“Hoje, dia 25 de janeiro, completam 5 anos da tragédia da Vale em Brumadinho que matou 272 pessoas e arrasou o Rio Paraopeba. A Vale é uma empresa reincidente no crime. Até hoje as famílias atingidas não foram ressarcidas e o meio ambiente não foi recuperado. Continuamos na luta, o lucro não vale a vida”, escreveu o deputado Rogério Correia (PT-MG), que foi o relator da CPI de Brumadinho que indiciou vários culpados e apontou a Vale como a responsável pelo crime. Ele também é o autor e relator da Política Nacional de Direitos das Populações Atingidas por Barragens (PNAB), sancionada pelo presidente Lula.
Para o deputado Padre João (PT-MG) esses cinco anos evidencia a continuidade dos crimes cometidos pela empresa Vale e a precarização da justiça brasileira. “Esses cinco anos evidencia muitas coisas. Primeiro, o crime continuado da Vale. Ela continua cometendo crimes, ignorando pessoas atingidas. Ao olhar para trás, fica muito evidente a precarização do sistema judiciário ou a injustiça do judiciário, porque a maior parte fica do lado do crime e dos criminosos. Ninguém preso, ninguém punido, a Vale continua ignorando as pessoas atingidas e lamentavelmente as coisas ficam do jeito que a Vale quer”.
Crime ambiental
Para o deputado Patrus Ananias (PT-MG), o dia 25 está “marcado para sempre na história” no Brasil. Ele reafirmou que a tragédia foi um crime ambiental. “Há 5 anos, o rompimento da barragem Córrego do Feijão da Vale, em Brumadinho, ceifou 272 vidas. Varreu casas, animais, matas, feriu de morte o Rio Paraopeba. Depois, a degradação do meio ambiente e a dor de milhares de famílias. Foi uma tragédia criminosa perpetrada pela Vale que segue até hoje impune. Devemos sempre lembrar: não foi acidente, foi crime ambiental”, reiterou.
Patrus se solidarizou com os familiares e amigos que clamam por justiça. “Eles nos inspiram a reafirmar nossa luta: a defesa da vida humana como valor absoluto, acima na ganância e do lucro. Que a justiça seja feita. Que os responsáveis paguem pelos seus crimes. E que se comprometam em colocar a vida humana em primeiro lugar. 272 joias, presentes”.
Reparação
O deputado Leonardo Monteiro (PT-MG) reforçou seu compromisso para que uma reparação justa seja feita. “Hoje completa cinco anos da tragédia em Brumadinho. Mais um crime da Vale que matou centenas de pessoas, deixando famílias inteiras destruídas pela ganância e irresponsabilidade. Reitero meu compromisso e minha atuação na Comissão Externa sobre Fiscalização dos Rompimentos de Barragens e Repactuação, para assegurar justiça e reparação adequada a todos os atingidos, em memória das vítimas que merecem respeito. Justiça para todos os atingidos por esse Crime”, pediu.
O deputado Reginaldo Lopes (PT-MG) também se manifestou: “Hoje completa 5 anos do crime da Vale em Brumadinho. Foram 272 vidas perdidas e graves impactos socioambientais. Infelizmente, nenhuma responsabilização até agora. É urgente reforçar as leis ambientais, garantir justiça e frear o poder desmedido das mineradoras”, defendeu.
Leia mais declarações dos parlamentares:
Deputado Helder Salomão (PT-ES) – “Nunca esqueceremos a tragédia ocorrida em Brumadinho, Minas Gerais, cinco anos atrás. Um crime ambiental que deixou mais de 200 pessoas mortas, o meio ambiente destruído e inúmeras pessoas impactadas, atingidas direta e indiretamente”.
Deputado Nilto Tatto (PT-SP) – “Brumadinho: 5 anos do crime da Vale. Vale já lucrou R$ 235 bilhões desde crime em Brumadinho; cinco anos depois, atingidos ainda cobram reparação. Rompimento de barragem da mineradora matou 272 pessoas e causou danos ambientais a 26 municípios de MG”.
Deputado Valmir Assunção (PT-BA) – “Hoje, são 5 anos do crime da Vale em Brumadinho, onde mais de 270 pessoas foram mortas no rompimento da barragem. As famílias ainda cobram por reparação e a Vale segue explorando nosso território. A mineração mata”.
Deputada Juliana Cardoso (PT-SP) – “Tragédia. Além da enorme tragédia ambiental, o rompimento da Barragem de Brumadinho (MG) traz à tona o sofrimento dos familiares das 270 pessoas mortas. Após 5 anos, desafio continua sendo a reconstrução das vidas sem os entes”.
Lorena Vale, com agências
