Eleito hoje (20) novo líder da Bancada do PT na Câmara, o deputado federal Reginaldo Lopes (MG) afirmou que 2022 será um ano repleto de desafios para o partido e as forças democráticas do País. O principal é a resistência contra os retrocessos empreendidos pelo governo militar conduzido pelo ultradireitista Jair Bolsonaro. “Não podemos mais permitir retrocessos e perda de direitos num processo cruel patrocinado por um governo irresponsável que criou um imenso drama social, com miséria, fome, desemprego e desalento”, afirmou.
Segundo ele, ao longo de 2022 o seu mandato será pautado para fortalecer a “resistência contra o projeto de destruição do País”, estimulado pela “esperança de construir uma transição de volta para democracia e do cuidado com a nossa gente, que só é possível com Lula presidente”.
Para Reginaldo Lopes, “é preciso resgatar o otimismo, com políticas públicas e um projeto de geração de empregos, renda e inclusão social, tarefa que só Lula poderá realizar”.
Defesa do povo
O parlamentar mineiro reconhece que o desafio principal do PT e do conjunto das forças democráticas e de oposição é tirar do Palácio do Planalto o ex-capitão e seu projeto de destruição de direitos sociais, trabalhistas e ambientais.
Sua gestão em 2022 será pautada em torno de três eixos. Além do reforço à resistência contra o atual governo, citou a organização de uma transição para um eventual governo Lula a partir de 2023 e a construção de um programa inovador para mais uma gestão do PT no plano federal.
“Temos o nosso legado, nos 13 anos de PT, mas devemos ir à frente com uma agenda que leve em conta a reindustrialização do Brasil, com geração de empregos e renda e inserida em novos paradigmas ambientais, ecológicos e sociais, numa economia digital. Nossa agenda tem que estar conectada com a juventude, hoje no desalento e sem esperança de futuro”, afirmou.
Menos desigualdade
Na análise de Reginaldo Lopes, o Brasil precisa alcançar, com um novo governo Lula, um patamar de desenvolvimento com menos desigualdade e mais equidade. Ele denunciou que o governo comandando pelo ex-capitão é desastroso para o País: 20 milhões de pessoas passando fome, mais de 100 milhões em situação de insegurança alimentar, salários congelados desde o golpe de 2016, a maior inflação desde a adoção do Real, em 1994.
Ele acusou o governo Bolsonaro de desindustrializar o Brasil e de dolarizar a economia, num modelo neoliberal que ampliou o fosso entre os mais ricos, a classe média e os pobres. “Há um empobrecimento generalizado da população”, disse o novo líder do PT. A dolarização, segundo ele, á prejudicial a todos, à exceção de alguns setores privilegiados.
Dolarização antinacional
“Os combustíveis sobem assustadoramente, assim como os preços dos alimentos”, observou. Para ele, a dolarização promovida por Bolsonaro e Paulo Guedes (ministro da Economia) é “vergonhosa, pois hoje um agricultor paga R$ 300 por um saco de adubo”.
Em sua opinião, uma das saídas para o Brasil seria agregar valor as exportações de soja, carne e minérios, por exemplo. “É preciso repensar o modelo, a exportação de produtos primários não gera empregos no Brasil”, observou.
Ele defendeu também uma profunda Reforma Tributária, já que o sistema atual taxa o consumo em 75% e tributa a renda e o patrimônio em somente 25%, ao contrário do que ocorre nos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). “Precisamos de um sistema tributário justo e solidário, pois o atual virou máquina de produzir milhões de pobres e dezenas de milionários”, disse.
Meio ambiente
O novo líder do PT entende que a preservação da Amazônia é também um dos grandes desafios da sociedade brasileira e, num eventual governo Lula, as políticas antidesmatamento e de punição a atividades criminosas ambientais, desenvolvidas hoje na região com a conivência do governo Bolsonaro, deverão ser retomadas com força. “Precisamos impedir desmatamento, atividades como garimpo e garantir projetos de desenvolvimento sustentável”, afirmou.
A unidade da Bancada do PT no Parlamento é fundamental, destacou Reginaldo Lopes. Ele lembrou que ao longo de 2021, essa unidade foi importante para o enfrentamento a inúmeros retrocessos, como a Reforma Administrativa (PEC 32) e mudanças antidemocráticas da legislação eleitoral. “A bancada lutou contra o racismo e a violência política e de gênero e teve papel estratégico na defesa dos recursos para a educação”, acrescentou.
Redação PT na Câmara