Em reunião da bancada do PT na Câmara, nesta segunda-feira (25), representantes de entidades e movimentos sociais apontaram que a mobilização nas ruas é o melhor caminho para barrar o golpe capitaneado por Michel Temer e Eduardo Cunha contra o mandato da presidenta Dilma Rousseff e os direitos dos trabalhadores. A avaliação é a mesma dos deputados e deputadas do PT que participaram da reunião.
“Somente o povo na rua, mobilizado contra um impeachment sem crime de responsabilidade e contra o retrocesso que representaria um eventual governo Michel Temer, poderá barrar o golpe e garantir a sustentação necessária para o governo Dilma Rousseff implantar as mudanças que o País precisa para voltar a crescer e a gerar emprego”, disse o deputado Paulo Pimenta (PT-RS), um dos vice-líderes da bancada.
Para Alexandre Conceição, integrante da coordenação nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e da Frente Brasil Popular, o Brasil vai parar contra o golpe. “Está em curso um golpe contra a classe trabalhadora executado por bandidos como Eduardo Cunha e Paulo Skaf [Fiesp] que querem rasgar a CLT [Consolidação das Leis Trabalhistas], querem retirar o FGTS, o seguro-desemprego, querem acabar com a reforma agrária e com a produção de alimentos saudáveis da reforma agrária. Nós vamos nos mobilizar e parar esse País para que esse golpe não passe”, afirmou o dirigente do MST.
Carina Vitral, presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE), reiterou a falta de legitimidade do golpe.
“Eduardo Cunha não tem legitimidade para liderar esse processo. Ele não tem moral para impedir o mandato da presidenta Dilma. A juventude e a sociedade em geral precisam permanecer mobilizadas para denunciar e barrar esse processo golpista”, disse Carina, que convidou os parlamentares a se somarem às paralisações que ocorrerão em universidades e escolas do Brasil inteiro na próxima quinta-feira (28).
Na opinião de Guilherme Boulos, coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e da Frente Povo sem Medo, o Brasil vive “um momento muito grave” com a tentativa de golpe parlamentar. “Esse golpe é arquitetado pela direita, pela mídia e pelos setores mais atrasados do País, e é liderado por um verdadeiro delinquente que é Eduardo Cunha. Nós não vamos deixar esse golpe passar. Eles podem até vencer nos carpetes do Senado, como venceram na Câmara, mas nas ruas o papo é outro. Nós vamos parar este País e o povo trabalhador vai estar firme com a bandeira de barrar o golpe!”, garantiu Boulos.
Além das paralisações nas universidades, devem ocorrer ao longo desta semana outros atos em Brasília e em várias capitais contra o golpe e em preparação para as manifestações do 1º de maio.
PT na Câmara
Foto: Fabricio Carbonel