Brasil tem a segunda menor taxa de desmatamento da história

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O Brasil reduziu em 18% a taxa de desmatamento na Amazônia no período de agosto de 2013 a julho de 2014. Trata-se da segunda menor taxa desde que começou a ser feito o monitoramento da floresta amazônica, em 1988. As informações, divulgadas nesta quarta (26), são do Projeto de Monitoramento da Floresta Amazônica por Satélites (Prodes), do Inpe.

O Inpe registrou 4.848 km² de desmatamento no período 2013/2014. A primeira menor taxa foi alcançada de 2011 para 2012, quando foram registrados 4.571 km² de áreas desmatadas. A taxa deste ano representa uma diminuição em 18% em relação ao período anterior. Sete dos noves estados da Amazônia legal monitorados contribuíram com a redução, incluindo Pará, Mato Grosso e Rondônia, que tradicionalmente são mais representativos na pressão ao desmatamento.

De acordo com a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, o resultado é consequência do trabalho de fiscalização, de inteligência e de buscar pela regularização ambiental feito pelo governo federal em parceria com os estados e a sociedade civil. Ela destacou que durante o governo da presidenta Dilma, foram registradas as quatro menores taxas de desmatamento da história do monitoramento da Amazônia.

Durante a apresentação à imprensa, a ministra também esclareceu que o Prodes é o sistema oficial utilizado pelo governo para medir o desmatamento, uma vez que ele é mais preciso. O resultado apresentado por este sistema contraria previsões de outros sistemas, como o Deter, utilizado pelo governo para outra finalidade, e o sistema da ONG Imazon, ambos pouco precisos para medir o volume de desmatamento.

A ministra concedeu entrevista exclusiva ao Blog do Planalto. Confira abaixo.

Ministra Izabella Teixeira, o Prodes 2014 trouxe boas notícias?

O resultado do Prodes 2014 é a segunda menor taxa da história (…), este ano tivemos uma redução de 18% de desmatamento. (…) A primeira menor taxa foi no governo da presidenta Dilma, de 2011 para 2012. Com isso concluímos estes quatro anos de governo da presidenta Dilma com as quatro melhores taxas da história do monitoramento da Amazônia e, portanto, a melhor média de desmatamento está no governo Dilma. É uma grande notícia, resultado do esforço do governo federal em parceria com os governos estaduais, com a sociedade, enfim, mas muito pelo esforço das organizações federais, dos fiscais do Ibama, pessoal da Força Nacional de Segurança, da Polícia Federal, o pessoal da Abin.

Essa mudança que a presidenta acaba de colocar em prática quando ela decide criar o GGI (Gabinete Permanente de Gestão Integrada para a Proteção do Meio Ambiente), acabou propiciando novas rotinas de fiscalização e uma maior eficiência em torno do combate ao desmatamento ilegal. Então seguimos nossas metas da política nacional de clima, seguimos nosso compromisso de acabar com o crime, com o desmatamento ilegal, temos muito trabalho pela frente. Mas está aí, um resultado muito bom, excelente que na realidade mostra o esforço do governo e a seriedade com que estamos trabalhando para acabar com o crime ambiental na Amazônia.

Há uma influência direta das políticas públicas do governo?

Há uma influência direta tanto do ponto de vista do controle ambiental, melhorando essa performance federal com uso de instrumento de informação, com toda a inteligência, com o uso de aparatos de segurança. A própria Força Nacional de Segurança criou uma companhia de segurança dedicada à fiscalização ambiental que atua com os fiscais do Ibama. Nós estamos fazendo a chamada fiscalização ‘preventiva’, em função da inteligência – a gente chega antes de acontecer o desmatamento em grandes proporções. Nós estamos conseguindo desbaratar quadrilhas associadas ao desmatamento.

Mas também porque tem o outro lado, o Cadastro Ambiental Rural (CAR) e uma consciência que está começando a ficar mais explícita na sociedade, de que não vale a pena desmatar. Nós podemos sim mudar o patamar de produção de alimentos nesse País sem pressionar a Amazônia.

Dados divulgados pelo TerraClass 2012 (índice que qualifica o desmatamento da Amazônia Legal), nesta quarta-feira (26), também revelaram contribuições importantes no combate ao desmatamento?

Hoje de manhã nós divulgamos a terceira fase do programa TerraClass, uma parceria com a Embrapa e com o Inpe, avaliando tudo o que aconteceu com a área desmatada da Amazônia. Cerca de 18,5% do território da floresta foram desmatadas nesses anos todos, mais de 25 anos, e nós fizemos uma análise do que aconteceu. (…) Coisas importantes foram anunciadas hoje. Primeiro, o que tem de novo na agricultura de mais produção de alimentos na Amazônia vem da pastagem, quer dizer, não está tendo uma pressão como tinha no passado em cima da floresta, são apenas 2% que vem de novas áreas.

Segundo, a boa notícia também mostrando que o que era pastagem está voltando, uma parte disso, para ser floresta secundária. Então nós temos cerca de 23% desse território desmatado em regeneração em floresta secundária. Ou seja, a floresta está voltando para onde ela tinha sido removida. (…) Tudo o que está em regeneração na Amazônia nesta área é duas vezes e meia em área maior que a área desmatada nesse período todo. Aquilo que o Prodes detecta como desmatamento, a área em recuperação é duas vezes e meia o que foi desmatado. E com a votação do Código Florestal, com o CAR, nós vamos ter que reflorestar.

São todas boas notícias mostrando que a gente reduz o desmatamento de um lado e vamos forçar agora a recuperação da floresta, onde foi desmatada, e cumprindo o Código Florestal (…) fazer o maior programa de reflorestamento desse País, de recuperação de vegetação nativa e com isso pressionar ou acelerar para que a gente possa acabar o desmatamento ilegal na Amazônia.

TerraClass 2012

O projeto TerraClass qualifica o desmatamento da Amazônia Legal com base em áreas desflorestadas mapeadas por satélites. O TerraClass 2012, divulgado nesta quarta-feira (26) pelo MMA, revelou que a área de vegetação em processo de recuperação na Amazônia foi duas vezes e meia maior do que o desmatamento verificado na região. Os dados contabilizam 113 mil km² de floresta regenerada entre 2008 e 2012.No mesmo período, o Prodes registrou 44 mil km² de áreas desmatadas.

Realizado pelo Inpe em parceria com a Embrapa, o TerraClass descreve a situação do uso e da cobertura da terra considerando as classes temáticas referentes a agricultura anual, pasto limpo, pasto sujo, pasto com solo exposto, regeneração com pasto, vegetação secundária, mosaico de ocupações, mineração, área urbana e reflorestamento.Para esse relatório, foram mapeados 751 mil km², o que corresponde ao total do desmatamento verificado de 1988 a 2012, e representa 18,5% da área da Amazônia.

 

 

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