O deputado federal Zeca Dirceu (PT-PR) defendeu nesta quarta-feira (6), a retomada imediata de programas como o Fome Zero e de Compra de Alimentos para enfrentar o que classifica como o maior flagelo da história do País. “São 33,3 milhões de brasileiros que passam fome. São pessoas revirando lixo, disputando osso, pé e pele de frango nos supermercados e açougues”, disse.
Nesta quinta-feira (7), Dia Mundial da Segurança dos Alimentos, segundo Zeca Dirceu, não é mais uma data de reflexão e sim de ações como as da Cufa (Central Única de Favelas) que se desdobra para distribuir alimentos e gás nas comunidades das periferias do País.
Entre 2004 e 2013, aponta Zeca Dirceu, o Brasil era referência internacional no combate à fome. “Além do Fome Zero, o país tinha programas consolidados como o Bolsa Família, aquisição de alimentos, alimentação escolar e mais os programas de apoio à agricultura familiar, agroecológica e orgânica”, destaca.
Desmonte
“A segurança alimentar era uma política pública que garantia três refeições diárias. Nesse período, a fome, que atingia 9,5% da população, passou para 4,2%. Um esforço desmontado, agora, temos 15,5% da população com a barriga rocando de fome”.
Dados da FGV (Fundação Getúlio Vargas) revelam que a parcela de brasileiros que não teve dinheiro para alimentar a si ou a sua família em algum momento nos últimos 12 meses subiu de 30% em 2019 para 36% em 2021, atingindo novo recorde da série iniciada em 2006. “É a primeira vez que o Brasil ultrapassa a média mundial e o aumento foi quatro vezes maior do que a elevação ocorrida no mundo, entre 2019 e 2021”, disse o economista Marcelo Neri, diretor do FGV Social.
A fome não é algo natural ou resultado da falta de alimentos, diz Zeca Dirceu. “Há alimentos de sobra no Brasil. A fome só surge quando os governantes não se empenham em combatê-la. E lado a lado a ela está a miséria, o fosso para onde foram empurrados os brasileiros através do desmonte de programas que asseguravam emprego e renda nos últimos anos”.
Fome no campo
Zeca Dirceu defende ainda a retomada de programas de incentivo ao pequeno e médio agricultor, de distribuição de terra, de reforço da merenda escolar, do aumento real do salário mínimo. A agricultura familiar, segundo o deputado, já responde por 70% da comida que vai à mesa e mesmo assim o campo também passa fome.
Segundo a FGV, o aumento da insegurança alimentar entre os 20% mais pobres no Brasil durante a pandemia foi de 22 pontos percentuais, saindo de 53% em 2019, chegando a 75% em 2021. “Mais de 62% das casas localizadas em áreas rurais sofrem com a insegurança alimentar e outras 18,6% com a fome. São mais de 125 milhões de brasileiros e brasileiras que têm alguma refeição do dia suprimida”, completou Zeca Dirceu.
Assessoria de Comunicação deputado Zeca Dirceu.