Bolsonaro quer levar Brasil a conflito com Venezuela, adverte Pimenta  

O líder do PT na Câmara, Paulo Pimenta (RS), qualificou hoje (19) como “extremamente grave” a decisão do governo Jair Bolsonaro, anunciada nesta terça-feira, de participar de uma operação de “suposta ajuda humanitária” à Venezuela sob coordenação dos Estados Unidos. Segundo ele, inevitavelmente a gigantesca operação conduzida pelos EUA vai gerar conflito na fronteira Brasil/Venezuela, prejudicando os povos dos dois países.

Pimenta frisou que os EUA sempre usaram as “supostas ajudas humanitárias” para justificar invasões e gerar situações de conflito”, a fim de atender seus interesses geopolíticos. Ele alertou que por trás da operação há interesse dos EUA de criar um conflito com o objetivo estratégico de controlar as imensas jazidas de petróleo da Venezuela, enquanto o governo Bolsonaro, por sua vez, usa a situação na tentativa de encobrir a sucessão de escândalos e denúncias em que está envolvido.

 

Desvio dos problemas internos

Pimenta recordou que ao longo da história vários governos optaram por criar conflitos com outros países com o objetivo de abafar os problemas internos. Por seu raciocínio, Bolsonaro procura esse caminho para desviar a atenção da sucessão de escândalos envolvendo seu governo. “Estamos num momento de crise profunda, com o governo Bolsonaro mergulhado em denúncias de corrupção em campanhas de candidatos laranjas pelo partido do governo (PSL) e em volta da família do presidente, além da exoneração do ministro Gustavo Bebianno, da Secretaria-Geral da Presidência”, observou.

 

Conflito internacional

Pimenta cobrou do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), providências constitucionais necessárias para que o governo explique ainda hoje ao Congresso Nacional o que pretende com a medida, “que pode levar o Brasil a um conflito internacional”. O anúncio do envolvimento do Brasil em coalização internacional liderada pelos EUA foi feito no começo da noite de hoje pelo porta-voz da Presidência da República, general Otávio Rêgo Barros.

“O Brasil não pode compartilhar de maneira alguma esta operação: Estamos há 140 anos em absoluta harmonia e paz com todos os países da América do Sul”, disse o líder do PT.  Pimenta rechaçou a possibilidade de o Brasil ceder parte de seu território na operação articulada pelos EUA, a qual envolve ainda a Colômbia e países do Caribe. “Trata-se de uma coalizão coordenada pelos EUA para tentar entrar ilegalmente na Venezuela no dia 23 próximo”, frisou o líder do PT.

O parlamentar estranhou a fala do porta-voz de Bolsonaro, que não soube responder à imprensa que tipo de ajuda seria e tampouco se viria dos EUA.

 

PT na Câmara

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