Bolsonaro quer enfraquecer os sindicatos para aprovar Reforma da Previdência, acusam centrais sindicais

O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, afirmou na terça-feira (12) que o objetivo central do governo Bolsonaro ao publicar a Medida Provisória 873 é enfraquecer os sindicatos para tentar facilitar a aprovação da Reforma da Previdência. A declaração ocorreu durante reunião das centrais sindicais com a Bancada do PT na Câmara e com parlamentares de outros partidos de oposição. A MP 873 acaba com a desconto da contribuição sindical em folha e obriga os filiados a realizarem o pagamento via boleto bancário.

Além da CUT, também participaram da reunião representantes da CSB, CGTB, Intersindical e Conlutas. Presidido pelo líder do PT, deputado Paulo Pimenta (RS), o encontro contou ainda com a presença do líder da Oposição na Câmara, deputado Alessandro Molon (PSB-RJ).

As centrais sindicais também discutiram a MP 873 e a Reforma da Previdência com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP) e com senadores do PT e de partidos do campo progressista.

“O governo (Bolsonaro) sabe que o instrumento mais importante para barrar a Reforma da Previdência são os sindicatos, então eles atacam a organização sindical para facilitar a tramitação da reforma. Temos que explicar isso aos trabalhadores, de que a derrota dos sindicatos também significa a derrota dos trabalhadores”, afirmou Vagner Freitas.

Em nome dos demais representantes das centrais, o presidente da CUT disse que a MP 873 é inconstitucional porque fere a autonomia sindical. Ele explicou inclusive que categorias como bancários, metalúrgicos e químicos já negociaram em acordos coletivos com os patrões o desconto da contribuição sindical na folha de pagamento.

“Mas um dos capítulos da MP prevê que se o sindicato descumprir a lei, e mesmo assim fixar o desconto em folha, essa atitude pode ser até passível de prisão. Nem na ditadura tivemos isso”, ressaltou Freitas.

Dia Nacional de Luta

O dirigente da CUT afirmou, no entanto, que nem mesmo a MP 873 vai impedir a mobilização dos sindicatos contra a Reforma da Previdência de Bolsonaro. Ele informou que no dia 22 de março vai acontecer em todo o País o Dia Nacional de Luta contra a Reforma da Previdência. Segundo Vagner Freitas, além das centrais sindicais, os atos contarão com a participação das Frente Brasil Popular e Frente Povo Sem Medo.

“Será o esquenta para a greve geral, caso o governo coloque mesmo em votação a Reforma da Previdência”, avisou.

Além dos deputados da Bancada do PT, participaram da reunião parlamentares do PSB, PDT e da Rede. Os demais partidos de oposição, PSOL e PC do B, terão reuniões separadas com as centrais sindicais.

Héber Carvalho

 

 

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