Em dois anos de governo, Bolsonaro promoveu carestia generalizada no País. Pesquisa recente feito pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) revela um aumento significativo no custo da cesta básica de alimentos em todo o território Nacional. Segundo o Dieese, as principais altas foram verificadas em Salvador (32,89%), Aracaju (28,75%) e São Paulo (24,67%). O menor índice foi registrado em Curitiba, 17,76%.
A alta no preço dos alimentos, segundo o levantamento, levou o trabalhador brasileiro a destinar uma parcela maior do salário mínimo com gasto na alimentação.
Ao comentar sobre o assunto nas redes sociais, o líder da Bancada do Partido dos Trabalhadores na Câmara, deputado Enio Verri (PR), criticou os rumos que o governo Bolsonaro vem dando ao País.
“Em dois anos, a parcela do salário mínimo necessária para comprar uma cesta básica passou de 41,9% para 52,3%. Isso significa menos renda para escola, lazer, transporte, saúde e vestuário. Bolsonaro empobrece, arrasta para a fome e mata, dia a dia, uma rica nação”, lamentou o petista.
Convulsão social
O deputado Reginaldo Lopes (PT-MG) apontou como solução a criação de um auxílio financeiro permanente. Segundo ele, com o término do benefício emergencial e sem outra perspectiva de renda para o trabalhador, o Brasil caminha para o caos social. “Sem um programa de renda básica universal, o Brasil vai caminhar para uma convulsão social”, alertou.
Na avaliação do deputado do PT mineiro, se o Parlamento não fizer “uma consertação, implementar imediatamente uma renda para o povo brasileiro, vítima de erros da política econômica de Michel Temer e aprofundado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, e potencializado pela pandemia, o Brasil vai entrar em convulsão social”.
Produtos com alta generalizada
O Dieese aponta que em 2020 a maior parte dos produtos da cesta básica apresentou elevação de preços em todas as capitais. A alta ocorreu, principalmente, pela desvalorização cambial, pelo alto volume das exportações e por fatores climáticos, em decorrência de longos períodos de estiagem ou de chuvas intensas.
Entre os produtos que mais subiram de preço encontram-se carne bovina de primeira, leite, manteiga, óleo de soja, pão francês, café, batata, arroz agulhinha, tomate, açúcar, farinha de trigo. Com variações por região ou cidade.
A carne, por exemplo, subiu 8,54% no Rio de Janeiro, 24,84% em São Paulo e 32,01% em Salvador. A alta do arroz variou de 61,41% (São Paulo) a 90,78% (Porto Alegre). Já a elevação do feijão foi de 12,39% (Goiânia) e teve variações acima de 60% nas três capitais da região Sul (61,48% em Curitiba, 62,79% em Florianópolis e 65,83% em Porto Alegre).
O leite, por sua vez, subiu 11,88% (Brasília) e 38% (Vitória). E o tomate teve alta de 5,79% em Vitória e chegou a 102,56% em Salvador.
Benildes Rodrigues com informações da RBA