Bolsonaro promove atentado à democracia ao participar de manifestação em defesa da volta da ditadura, denunciam petistas

 Parlamentares da Bancada do PT rechaçaram a postura golpista e antidemocrática do presidente direitista Jair Bolsonaro demonstrada mais uma vez, neste domingo (19), em frente ao Quartel General do Exército em Brasília, ao participar de uma manifestação de seus seguidores que empunhavam bandeiras em defesa do fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal.

Segundo integrantes da Bancada, além de um atentado à saúde pública –  Bolsonaro violou mais uma vez as medidas de isolamento social que vigoram em Brasília para combater a pandemia de coronavírus – o capitão-presidente também atacou a democracia brasileira ao demonstrar apoio a uma manifestação claramente favorável à volta da ditadura.

Atentado contra a democracia

O líder da Bancada do PT na Câmara, deputado Enio Verri (PR), disse que ao discursar para manifestantes que pediam o fechamento do Congresso e do STF, Bolsonaro atentou contra a democracia.  “É inaceitável que alguém defenda um regime que torturou e assassinou tantas pessoas. Não podemos ficar calados diante de atos como o de hoje. Sempre serei defensor da democracia e dos direitos humanos.”

A presidenta Nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), disse que a atitude de Bolsonaro demonstra que ele aposta no caos. “De novo Bolsonaro e sua irresponsabilidade. Provoca aglomeração para fazer discurso político e incentivar ilegalidades. Receita perfeita para a tragédia”, denunciou.

Já o líder da Minoria na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), ressaltou que a atitude do presidente pode ser caracterizada como um crime. “Bolsonaro entra para a história como o presidente mais irresponsável que já tivemos. Promove aglomerações, endossa o discurso antidemocrático e minimiza a gravidade da crise que vivemos. São muitos os seus crimes”, disse.

Bolsonaro cometeu mais um crime

Vários parlamentares petistas também destacaram que a participação de Bolsonaro em uma manifestação, em plena pandemia e com bandeiras antidemocráticas, pode ser caracterizada como um crime. “O que estamos esperando para arrancar o genocida do Palácio do Planalto? Algumas dezenas ou centenas de milhares de mortos? Não é mais uma questão política, mas de vida, de saúde pública!”, apontou a deputada Erika Kokay (PT-DF).

Na mesma linha, o deputado Paulo Teixeira (PT-SP) ressaltou que é preciso dar um basta às atitudes inconsequentes de Bolsonaro. “Ele quer ditadura! O Contaminador Geral da República participou de uma carreata em Brasília, que não prestou solidariedade aos doentes, não transmitiu pesares às famílias dos mortos e não orientou o povo para prevenção ao coronavírus. Ele defendeu uma ditadura! Chega!”, disse.

Bolsonaro na beira do precipício

 O deputado Jorge Solla (PT-BA) destacou que Bolsonaro “sabe que está na beira do precipício, mas segue correndo em direção a ele”. “Mais um crime, mais um motivo para impeachment. Seu sonho é ser derrubado, fugir de suas responsabilidades e posar de vítima. Cairá, mas pela democracia. Cairá só”, avisou.

Ao analisar o fato, o deputado Alencar Santana Braga (PT-SP) disse é preciso dar um basta às iniciativas de Bolsonaro contra o combate ao vírus e a favor da volta da ditadura. “Bolsonaro, além de colocar a vida das pessoas em risco, ameaça a democracia e claramente defende um golpe militar. Dar um basta é tarefa de todos os que respeitam a vontade da maioria, independentemente da cor partidária!”, observou.

Onde está o STF?

Em relação às providências que deveriam ser tomadas sobre as atitudes de Bolsonaro, o deputado Paulo Pimenta (PT-RS) cobrou ações das instituições brasileiras. “Onde estão o Ministério Público e a PGR? Onde está Deltan Dallagnol? Onde está Sérgio Moro? Onde está o STF? O silêncio neste momento é cumplicidade. Fora Bolsonaro e seu governo de milicianos. Quem não vê é porque não quer. Há um golpe em curso no Brasil!”, alertou o parlamentar.

Mau exemplo de combate ao coronavírus

Além do atentado à democracia ao apoiar um ato contra as instituições e em defesa da volta da ditadura, o deputado Alexandre Padilha (PT-SP), ex-ministro da Saúde no governo Dilma Rouseff, destacou que “Bolsonaro é o maior fator crítico para o enfrentamento ao COVID19”.

“Enquanto o consórcio Nordeste avança contra o coronavírus, Bolsonaro parece promover a pandemia. Como uma espécie de agente do caos ele desrespeita as orientações da OMS, promove crises no Ministério da Saúde e provoca aglomerações”, criticou.

O deputado Joseildo Ramos (PT-BA) também recriminou a atitude de Bolsonaro em pleno período de pandemia. “Mais de 2 mil mortos e nem chegamos ao pico. Colapso de saúde em diversos estados. Brasileiros sem receber o auxílio emergencial. Onde deveria estar o presidente de um país nessas condições? Trabalhando. Jair Bolsonaro preferiu ir até carreata pra defender fim do isolamento”, lamentou.

Luizianne Lins (PT-CE) escreveu no twitter: “Jair Bolsonaro ataca nossas instituições democráticas e comete crimes de responsabilidade todos os dias. Faz discursos insanos para manter seus seguidores lunáticos acesos. Não temos medo de nenhum tipo de intimidação. Resistiremos ao autoritarismo. #BolsonaroGenocida” 

 Reginaldo Lopes (PT-MG) lembrou que já havia defendido, judicialmente, “o afastamento de Bolsonaro da Presidência por crime comum”, mas agora, “após sua participação neste domingo em mais uma manifestação, passo a trabalhar pelo impeachment por crime de responsabilidade fiscal, crime sanitário e contra a ordem constitucional!”

Héber Carvalho

 

 

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