Bolsonaro mente e expõe Brasil ao ridículo na Cúpula Mundial do Clima, denuncia Bohn Gass

O líder do PT na Câmara, Elvino Bohn Gass (RS), acusou hoje (22) o presidente direitista Jair Bolsonaro de mentir descaradamente durante discurso na Cúpula do Clima, reunião iniciada nesta quinta-feira com a participação de mais de 40 líderes mundiais com o objetivo de discutir o meio ambiente e o aquecimento global.

“Além de ter uma política ecocida, Bolsonaro agora mente para o mundo”, disse Bohn Gass, ao qualificar como uma “grande mentira” a fala do capitão presidente de que teria determinado o fortalecimento dos órgãos ambientais, duplicando recursos para ações e fiscalização.

O líder do PT lembrou, por exemplo, que em pouco mais de dois anos o governo militar comandando por Bolsonaro revogou ou modificou 606 normas e portarias, “destruindo toda a base legal para fiscalização e punição de infratores” ambientais.

Desmonte do Ibama

São medidas como anistia para os desmatadores da Mata Atlântica, revogação de proteção a manguezais, regularização fundiária acelerada para grileiros, autorização de garimpo em áreas protegidas, desestruturação dos órgãos de controle, como Ibama e Inpe, e estrangulamento financeiro das áreas vinculadas ao meio ambiente, listou Bohn Gass.

O líder Gass comemorou a Conferência do Clima convocada pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, como uma “boa notícia para o planeta”, mas lamentou que para o Brasil é “como se fosse uma data marcada para passar vergonha”, pois o País está representado “por uma política absolutamente ecocida”.

O parlamentar petista sublinhou que, na questão ambiental, o governo militar liderado por Bolsonaro é um retrocesso sem precedentes. Ele denunciou o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, por promover o desmonte de toda a estrutura institucional de defesa do meio ambiente montada ao longo de décadas. Para ele, é vital ao Brasil tanto a demissão de Salles como o impeachment de Bolsonaro.

Brasil, vilão mundial

Na área ambiental, em que o Brasil virou o grande vilão mundial, os retrocessos estão sob a égide da expressão “passar a boiada”, cunhada por Salles durante reunião ministerial ocorrida no ano passado, no começo da pandemia de Covid-19.

Na ocasião, o ministro que apoia criminosos ambientais – conforme várias denúncias contra eles na Justiça – disse que era preciso aproveitar a pandemia para “passar a boiada” e derrubar a legislação ambiental, enquanto os brasileiros e a mídia estavam distraídos com a Covid-19. “É um escárnio com as vítimas da Covid-19 e com a Pasta que jurou defender! De lá para cá, efetivamente, passaram boiadas”, denunciou Bohn Gass.

Governo vergonhoso

O parlamentar lembrou que há hoje três grandes crises mundiais: a ambiental, a energética e a alimentar. “Nessas três áreas, os governos e Lula e Dilma eram referência no mundo, participávamos da geopolítica mundial traçando políticas qualificadas nesses setores. Infelizmente, hoje há uma destruição, uma vergonha, um aniquilamento de políticas públicas nessas áreas. O Brasil passa por uma vergonha na política ambiental ecocida”.

Bohn Gass também citou uma carta, assinada na última terça-feira (20) por mais de 400 servidores do Ibama, na qual denunciam instrução normativa conjunta do Ministério do Meio Ambiente, Ibama e ICMBio com o propósito de dificultar a investigação e aplicação de sanções a infrações ambientais. Os servidores denunciam que a ação em defesa dos criminosos ambientais é tão descarada que uma das normas remete aos superiores hierárquicos o auto de infração por crimes ambientais aplicados em uma fiscalização, para apenas depois se tornar um processo administrativo ou se tornar uma multa.

O Brasil, que sempre teve papel de destaque em conferências sobre meio ambiente, foi relegado agora a um papel de vilão com Bolsonaro. O capitão-presidente, aliás , foi um dos últimos a discursar na sessão de hoje da Conferência Mundial do Clima. Para piorar, quando Bolsonaro falou o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, retirou-se da sala virtual. Na linguagem diplomática, o gesto significa desprezo ao orador.

Redação PT na Câmara

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