Bolsonaro escolhe para o MEC empresário que defende a privatização do ensino público e a extinção da pasta

Matéria atualizada às 16h15

O presidente Jair Bolsonaro escolheu o secretário de Educação do Paraná, Renato Feder, para assumir o Ministério da Educação (MEC). Ele já havia sido cotado para a pasta logo após a saída de Abraham Weintraub.

Feder é empresário e em 2007 escreveu um livro chamado “Carregando o Elefante”, em que defende a privatização das escolas e universidades públicas, além da extinção do MEC. O empresário, também já foi alvo de denúncias do Ministério Público do Rio de Janeiro e de São Paulo sob acusação de sonegação fiscal, porque a empresa da qual é sócio, a Multilaser, não teria recolhido os valores devidos de ICMS.

“Infelizmente, não poderíamos mesmo esperar que Bolsonaro indicasse um competente gestor público da área da educação, para o Ministério da Educação. Ao contrário e alinhado à ideologia do seu governo, ele indica um empresário milionário que escreveu um livro eivado de achismos, culpando o Estado pelas mazelas sociais e defendendo a privatização da educação, por meio de um excludente sistema de financiamento, com voucher, que resultou na revolta dos estudantes chilenos. É a continuidade do desastre Bolsonaro”, denuncia o líder da Bancada do PT na Câmara, Enio Verri (PR).

A deputada Professora Rosa Neide (PT-MT) apontou que a escolha do novo ministro não é nenhuma surpresa e não vê como positiva a nova nomeação. “A escolha do novo ministro não é nenhuma surpresa, pois já estava sendo aventado o nome dele. É uma pessoa muito próxima das concepções que tem Bolsonaro e com certeza aliado no que ele pensa. Vamos aguardar as primeiras ações do novo ministro para avaliarmos o que será, sem muita expectativa, em função do alinhamento com o presidente da República, que nada fez até agora pela educação brasileira”.

Na avaliação da presidenta nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), a nova escolha de Bolsonaro para o MEC é outra indicação ruim. “Renato Feder arruinou o ensino no Paraná. É defensor da privatização da educação, do ensino à distância e alinhado ao projeto de Guedes uso de vouchers para matricular alunos em escolas particulares. Não resta dúvidas de que Feder dará andamento ao projeto bolsonarista de desmonte da educação pública”, criticou.

Na mesma linha, o deputado Zeca Dirceu (PT-PR) afirmou que Feder, como secretário de Educação do Paraná, realizou o mesmo feito de Weintraub no MEC. “Ele conseguiu rejeição unânime de estudantes e professores.” E lamentou: “Infelizmente, teremos uma piora no cenário educacional com o desmonte de políticas públicas, privatização do ensino com a implementação de vouchers, ensino remoto eletrônico e homeschooling”, denunciou.

Para a deputada Margarida Salomão (PT-MG), a designação é inapropriada. “Aparentemente, a nomeação do titular do MEC passou a ser uma verificação da Lei de Murphy: tudo que é ruim pode piorar. Se são verídicas as citações que lhe são atribuídas (sempre um problema nesse mundo de Fake News), a designação é inteiramente inapropriada para esse momento de grave crise que o País atravessa também na área de educação”, afirmou.

Inimigo da Educação

Para o coordenador do Núcleo de Educação do PT no Congresso Nacional, deputado Waldenor Pereira (PT-BA), Bolsonaro é o grande inimigo da educação pública. “Não causa surpresa o novo ministro da Educação ser privatista e já ter defendido a extinção do MEC. O problema é mais em cima, está em quem ocupa a cadeira de presidente. Bolsonaro é inimigo da educação pública”.

O deputado Henrique Fontana (PT-SP) afirmou que a nova indicação reforça a importância de defender o ensino público. “A nova indicação de Bolsonaro para o MEC reforça a necessidade de fortalecer a luta em defesa da educação pública. O indicado já defendeu a extinção do Ministério e a privatização do ensino”.

A deputada Maria do Rosário (PT-RS) disse que Feder é o oposto do que se espera de um ministro da Educação. “Renato Feder tem um perfil oposto daquilo que se espera de um ministro da Educação. É um representante da lógica do mercado, não um educador que valoriza a escola e a universidade pública, único caminho para o direito à educação. Nossa luta é para impedir ainda mais retrocessos”.

O deputado Carlos Veras (PT-PE) escreveu, em suas redes sociais, que “o novo ministro, segundo a matéria, já defendeu vender as nossas escolas para pagar dívida pública. Quando a gente pensa que não pode piorar…”.

“Novo ministro da Educação de Bolsonaro já defendeu extinção do MEC e privatização do ensino público, a começar pelas universidades. Também já foi denunciado por fraude milionária. A educação não pode continuar entre terraplanistas, privatistas e fraudadores. Fora Bolsonaro”, apontou a deputada Erika Kokay (PT-DF).

Para o deputado Bohn Gass (PT-RS) o “desastre que Bolsonaro já causou na Educação é tão grande, mas tão grande, que qualquer um que venha a assumir o MEC, chegará com a pecha de ser reserva de tipos como Vélez, Weintraub e Decotelli”.

“Não salva um! Mais um ministro privatista que pensa que o ensino público é mercadoria e despreza a realidade social brasileira”, escreveu o deputado Rogério Correia (PT-MG) em seu Twitter.

O deputado Rubens Otoni (PT-GO) defende que Feder ajude na votação do novo Fundeb. “Que o novo ministro da Educação comece dando sinal verde para a base do governo votar o Fundeb. O Brasil precisa de um Fundeb permanente para garantir educação pública, gratuita e de qualidade para todos os brasileiros”.

Lorena Vale

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