A democracia brasileira acordou chorando no domingo com a notícia do assassinato do tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT) Marcelo Arruda, em Foz do Iguaçu. Filho, pai, esposo e irmão, comemorava o aniversário com amigos e familiares quando o bolsonarista Jorge José da Rocha Guaranho invadiu a festa a gritos de “aqui é Bolsonaro” e disparou contra ele.
A alegria da vida foi substituída pela dor da morte no dia em que Marcelo, que também era guarda municipal, celebrava seus 50 anos. O tema da festa, Lula e o Partido dos Trabalhadores, foi o incômodo e razão para o ataque. Algo jamais pensado em uma democracia. E algo que causa profunda dor em um país que tem assistido a ascensão do fascismo protagonizada pelo presidente da república.
O tiro que matou Marcelo também foi disparado por Jair Bolsonaro, que de forma inconsequente e violenta tem alimentado seu clã contra a democracia.
Guaranho viu a festa, discutiu, saiu e voltou armado, premeditando a morte de um homem de luta e pai de família. Marcelo reagiu em legítima defesa.
Não há que se equiparar as forças. Narrativas distorcidas têm apontado para o pensamento perigoso de que a morte de Marcelo é fruto de uma polarização. Na democracia, as polarizações existem e convivemos há anos com essas forças políticas de forma pacífica.
O que vivenciamos na manhã de domingo, ao saber da morte de Marcelo, é puramente resultado da ode bolsonarista que flerta com fascismo e o ódio ao diferente.
Foi Bolsonaro quem disse, em 2018, “Vamos fuzilar a petralhada aqui do Acre”. Também foi ele quem afirmou: “A minha especialidade é matar”.
Com essas frases ele infla uma massa a desrespeitar a nossa tão jovem democracia brasileira, levando a famílias amargarem o luto no dia em que comemoram a vida.
É chegada a urgência da hora em que Bolsonaro precisa ser punido por seus atos inconsequentes.
Cobraremos até o último segundo a justiça por esta vida e a responsabilização sobre aquele que tem destilado o ódio no nosso país.
Meu abraço à esposa e aos quatro filhos de Marcelo.
Transformemos esse luto em luta.
Marcelo, presente!
Zeca Dirceu (PT-PR) é deputado federal