Os escândalos envolvendo o clã Bolsonaro com milicianos, “rachadinhas” e lavagem de dinheiro continua dominando a mídia e as redes sociais nesta sexta-feira (20). O líder da Bancada do PT, deputado Paulo Pimenta (RS), destacou em sua conta no Twitter matéria publica pela revista Veja e reproduzida pelo site 247, na qual o presidente Bolsonaro confirma que “tem vários diálogos falando que no passado eu (Jair) participava das milícias, pegava dinheiro das milícias, e agora, presidente, não participo mais”. “Por que alguém diria isso sem saber que está sendo gravado? O Brasil é governado hoje pelo crime organizado! ”, acusou Pimenta.
Em outra postagem, Paulo Pimenta afirma que Jair Bolsonaro sabe que o fim está próximo e, “como qualquer mafioso decadente, desconfia até da própria sombra…”, se referindo a notícias de que Bolsonaro desconfia de Sérgio Moro (ministro da Justiça) nas investigações sobre o filho Flávio Bolsonaro. O filho 01 é suspeito de lavagem de dinheiro e de utilizar o esquema de “rachadinha” – comando pelo ex-assessor Fabrício Queiroz -, em seu gabinete na Alerj quando era deputado estadual do Rio.
Na avaliação da deputada Erika Kokay (PT-DF), as relações entre Jair Bolsonaro e Sérgio Moro estão estremecidas. “Bolsonaro anda irritado com Moro, pois queria que o ministro atuasse para neutralizar o MP do Rio utilizando a PF. Moro estaria fazendo corpo mole, deixando o clã Bolsonaro sangrar visando as eleições de 2022”, afirmou em sua conta no Twitter.
Também em sua rede social, o deputado Paulo Teixeira (PT-SP) destacou que milicianos dizem que Bolsonaro pegava dinheiro do esquema. “Há um cheque de R$ 24 mil como prova. Bolsonaro admite: há gravações que o envolvem com milicianos e que dizem que ele pegava dinheiro”, completou.
E o deputado Alencar Santana Braga (PT-SP) ressaltou: “Miliciano confesso. Esse é o presidente que disse que ia acabar com o crime. Tal pai, tal filho”, enfatizou.
Rolo dos Bolsonaros
O deputado Rogério Correia (PT-MG) relembrou que na última sessão do ano da Câmara nesse ano, ele usou a tribuna para denunciar para todo Brasil que “havia dinheiro de milícias neste rolo dos Bolsonaros”. E acrescentou que agora Jair Bolsonaro admite: “há gravações que o envolvem com milicianos e que dizem que ele pegava dinheiro”.
E a deputada Erika Kokay enfatizou que golpearam a Dilma e o PT “para varrer a corrupção do Brasil”. “E colocaram o crime organizado no Palácio do Planalto? ”, indagou. Ela ainda acrescentou que os esquemas do clã Bolsonaro são assombrosos. “Envolvem milicianos, grupos de extermínio e todo tipo de contravenção”.
O deputado Patrus Ananias (PT-MG) afirmou que o chefe de Fabrício Queiroz era Jair Bolsonaro, “que nunca escondeu sua simpatia pelas milícias, que operam enormes somas de dinheiro vivo, como aquelas que envolvem os negócios escusos de Queiroz, e precisam ser lavadas para parecerem legais. O cerco se fecha”, avaliou.
A entrevista
Em entrevista à revista Veja, gravada no último domingo (15), Jair Bolsonaro admitiu que virão à luz em breve gravações que o envolvem com milicianos. “Pegaram dois milicianos, sei lá quem, conversando e a Polícia Civil gravando. Tem vários diálogos falando que no passado eu participava das milícias, pegava dinheiro das milícias, e agora, presidente, não participo mais — um papo de vagabundo”, disse Bolsonaro à revista.
Também na entrevista Bolsonaro voltou a atacar o governador do Rio, Wilson Witzel (PSC), de promover uma armação contra ele tendo em vista a disputa presidencial em 2022. Sem qualquer prova, Bolsonaro afirmou à revista que “o governador botou na cabeça que vai ser presidente e tem de me destruir. Depois da história do porteiro e das buscas na casa da minha ex-mulher, ele está preparando uma nova armação”.
R$ 21 mil em chocolate
O deputado Valmir Assunção (PT-BA) destacou que o senador Flávio Bolsonaro está na berlinda. “Mais de 21 mil em chocolates?!”, indaga em uma referência as notícias de que o sargento da Polícia Militar do Rio, Diego Sodré de Castro Ambrósio, teria comprado R$ 21 mil em chocolates na loja do filho 01. No site da franqueadora à qual a loja de Flávio está associada, o panetone mais barato está sendo vendido este ano por R$ 84,90. Com R$ 21,1 mil, a quantia que Ambrósio destinou à conta da loja, seria possível adquirir 248 panetones.
E o deputado Zeca Dirceu (PT-PR) ironizou em seu Twitter: “E eu achava que gostava muito de chocolate, impossível competir com este PM”.
Também em sua rede social, o deputado Henrique Fontana (PT-RS) destacou que Fabrício Queiroz, o amigo de Jair Bolsonaro e ex-assessor do filho 01, teria recebido repasses de duas pizzarias controladas pelo ex-capitão da Polícia Militar e miliciano Adriano Nóbrega. “As denúncias do MP são gravíssimas e não podem acabar em pizza”, afirmou Fontana.
A deputada Margarida Salomão (PT-MG) fez questão de alertar seus seguidores. “Não é postagem repetida. É atualização. Começou com a suspeita de lavagem de R$ 600 mil. Passou para R$ 1,6 milhão. Agora, a suspeita é de que Flávio Bolsonaro lavou R$ 2,3 milhões. Haja sabão em pó! ”, criticou.
PT na Câmara, com agências