O líder do PT na Câmara, Paulo Pimenta (RS), qualificou hoje (15) como “um tapa na cara” dos brasileiros” o pedido feito à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) pelo presidente de extrema direita Jair Bolsonaro para que os telefones celulares sejam bloqueados ao redor de 200 metros de onde ele e o vice-presidente, Hamilton Mourão, estiverem. “É uma vergonha”, criticou Pimenta: “Ele acha que menos asneiras que fala vão chegar à população com a medida?”
A Anatel autorizou o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República a utilizar equipamentos bloqueadores de sinal de celular nos locais próximos de onde estiverem Bolsonaro e Mourão. A decisão autoriza o bloqueio onde as duas autoridades “trabalham, residem, estejam ou haja a iminência de virem a estar”. A autorização permite o bloqueio no local e até a uma distância de 200 metros em torno deles.
Governo covarde
Segundo Pimenta, a decisão é absurda e vai atingir frontalmente, por exemplo, o direito dos jornalistas que cobrem o Palácio do Planalto ou outras atividades presidenciais. Uma eventual ida de Bolsonaro ao Congresso Nacional ia também apagar os celulares de deputados e senadores, comentou o líder do PT. “Não me lembro de governo tão covarde e de presidente que tem medo do povo de usar celular próximo onde estiver”, comentou o líder.
Para Pimenta, a Anatel também deve explicações à sociedade brasileira, já que sempre alegou não ter equipamentos para bloquear celulares em presídios, demanda antiga do Congresso Nacional. Pimenta recordou que a Anatel sempre alegou não ter equipamentos para o bloqueio de celulares em presídios. “Como para os presídios a Anatel não tem tecnologia e tem para Bolsonaro e Mourão?”, indagou Pimenta.
Trapaça de Bolsonaro
Para o líder do PT, o pedido de Bolsonaro à Anatel é “vergonhoso” e mais uma trapaça aplicada ao eleitor que votou nele, pois em nenhum momento da campanha presidencial do ano passado o capitão-presidente afirmou que adotaria tal medida.
A medida da Anatel foi publicada no “Diário Oficial da União” de segunda-feira (14). No sistema da agência, os documentos relacionados ao processo estão classificados como “acesso restrito”. Segundo a decisão da Anatel, o uso dos bloqueadores deve ser feito em operações específicas, episódicas, urgentes e temporárias “em que se identifiquem evidências concretas de risco potencial ou iminente de ações necessárias à preservação da segurança” do presidente e do vice.
Assista ao vídeo em que o líder Paulo Pimenta fala sobre o assunto:
PT na Câmara com agências