A deputada Benedita da Silva (PT-RJ) ocupou a tribuna nesta quinta-feira (10) para denunciar e repudiar a violência contra a mulher no Brasil, na América Latina e em todo o mundo. “Seja a violência física, psicológica ou sexual. Em uma breve análise que fiz para identificar a violência contra a mulher no Brasil e em todo o mundo, o levantamento apresenta uma verdadeira tragédia contra a mulher, pois cerca de 603 milhões de mulheres vivem em países onde a violência doméstica não é considerada crime; em todo o continente americano, 29,8% das mulheres já foram vítimas de violência física e/ou sexual; cerca de 50% das agressões sexuais são cometidas contra meninas menores de 16 anos e uma em cada 4 mulheres sofre violência física ou sexual durante a gravidez”, afirmou.
Ainda de acordo com a parlamentar petista, os números dessa tragédia não param. “Pois revelam que a primeira experiência sexual de aproximadamente 30% das mulheres foi forçada; mais de 60 milhões de meninas casaram antes de completar 18 anos, cuja vida matrimonial de muitas delas se caracteriza por violência e abuso. Cerca de dois milhões de mulheres e meninas são traficadas todos os anos para prostituição, escravidão e servidão e, para finalizar, aproximadamente 60% das mulheres, em todo o mundo, vão sofrer algum tipo de abuso físico ou sexual ao longo da vida”, disse.
Além disso, acrescentou Benedita da Silva, o cenário apresenta o feminicídio íntimo (35% de todos os assassinatos de mulheres no mundo são cometidos por um parceiro íntimo), os crimes em nome da honra (assassinatos de meninas ou mulheres a mando da própria família por suspeita ou caso de transgressão sexual ou de comportamento) e ainda a mutilação genital feminina (mais de 135 milhões de meninas e mulheres vivas já foram cortadas nos 29 países da África e Oriente Médio, onde a prática está concentrada). A ONU estima que até 2030 mais de 86 milhões de meninas ainda serão mutiladas”, ressaltou.
Brasil – Ao analisar a situação do Brasil, a deputada Benedita da Silva aponta também dados alarmantes. “O nosso País ocupa a 5ª posição no ranking mundial de homicídio de mulheres. Entre 2003 e 2013, o número de mulheres assassinadas aumentou 21%, passando de 3.937 para 4.762, o que representa atualmente 13 homicídios por dia, com a maioria das vítimas tendo entre 18 e 30 anos de idade. Um instituto de combate à violência contra a mulher criou até um cronômetro para aferir a violência no Brasil e constatou que a cada dois minutos cinco mulheres são espancadas, a cada 11 minutos ocorre um estupro e a cada 90 minutos acontece um feminicídio. Por dia, são registrados 179 relatos de agressão e de 13 homicídios femininos”, informou a petista.
Gizele Benitz
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