As deputadas Maria do Rosário (PT-RS) e Benedita da Silva (PT-RJ) destacaram em plenário, nesta terça-feira (4), a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal Ricardo Lewandowski que, em despacho na segunda-feira (3), determinou que o presidente da Corte, ministro Dias Toffoli, libere as entrevistas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva aos jornalistas Florestan Fernandes Júnior e Mônica Bergamo. As entrevistas foram autorizadas por Lewandowski e deveriam ter ocorrido durante o processo eleitoral. Mas Lula foi impedido porque, no entendimento de Toffoli, as informações do ex-presidente poderiam “tumultuar” as eleições.
“Hoje, se resgata uma injustiça, ao se permitir que Lula conceda entrevista, porque ele estava preso e incomunicável, impedido de falar em público e em entrevistas. Para nós, e para o Brasil, é inaceitável que o art. 5º da Constituição Federal não seja observado”, afirmou Maria do Rosário.
A deputada Benedita da Silva enfatizou que o ex-presidente Lula sempre foi um defensor da imprensa livre e do direito de resposta. “Lula nunca se negou a dar nenhum depoimento ou muito menos se negou a dar uma entrevista, era injusto não permitir que ele falasse”. Ela ainda lamentou a demora do Supremo em liberar as entrevistas. “A entrevista vai ser liberada agora, quando não há mais nenhum risco de Lula influenciar na eleição, até porque o pleito já aconteceu”.
Maria do Rosário registrou ainda a sua solidariedade ao ex-presidente Lula. “Quero deixá-la registrada aqui porque é mundialmente reconhecida a gigantesca injustiça que sofre o ex-presidente Lula, que foi impedido de participar de um processo eleitoral”, enfatizou.
Na avaliação da parlamentar do PT gaúcho, a democracia não suporta atalhos. “Esse impedimento do presidente Lula participar desse processo, fere a democracia no Brasil de forma direta e absurda. E fere a democracia e os direitos fundamentais, descritos no art. 5º da Constituição Federal, Lula continuar preso”, reforçou.
Vânia Rodrigues