A deputada Benedita da Silva (RJ) e o deputado Jorge Solla (BA) criticaram a política genocida do presidente Jair Bolsonaro, durante sessão virtual da Câmara dos Deputados, nesta terça-feira (27), que insiste em ignorar a ciência, ao fazer propaganda de medicamentos sem comprovação científica no tratamento da pandemia da Covid-19 – que já matou mais de 157 mil brasileiros. O presidente ainda dificulta a produção de vacinas, além de não disponibilizar testes para que haja uma testagem em massa na população brasileira.
Benedita da Silva afirmou que Bolsonaro tem transformado a crise sanitária que o País vem enfrentando em uma crise política. E que ele precisa parar de fazer propaganda da Cloroquina – que, até então, não tem um resultado eficaz comprovado – e se concentrar nas vacinas que estão sendo produzidas.
“Nós temos qualidade. Temos o Butantan fazendo todas as pesquisas necessárias. Temos, no Rio de Janeiro, a Fiocruz. Temos as nossas universidades, faculdades, fazendo pesquisas importantes. Temos brasileiros e brasileiras de qualidade nessas pesquisas. Já temos três vacinas que estão comprovadamente prontas para serem testadas até o início de 2021”, explicou Benedita.
Para a parlamentar carioca, a decisão do Presidente da República em não vacinar ou testar a população é ideológica. “Não tem sentido alguém que diz que não quer China, não quer Rússia e, no entanto, deixa entrar aquilo que é pior, que é danoso para a população brasileira, o que nós estamos acompanhando aí, que mata e destrói o nosso meio ambiente, as plantações, a nossa produção alimentícia e traz as queimadas”, denunciou.
Guerra das vacinas
Para Jorge Solla, o Brasil não pode entrar nessa guerra das vacinas e na disputa entre Bolsonaro e o governador de São Paulo, João Doria. “O brasileiro vai ficar com a vacina, porque nós precisamos proteger e salvar as nossas vidas, apesar da politização e do absurdo que o Presidente Bolsonaro tem conduzido este País de forma irresponsável e criminosa, no maior genocídio causado pelo coronavírus. Isso nós não podemos deixar de registar aqui. A vacina, seja ela do Butantan com a China, da Fiocruz com a Oxford, todas serão bem-vindas e necessárias”, afirmou o deputado, que também é médico.
O petista destacou que desde 1975, o Brasil se orgulha de ter um sistema de vacinação público e universal. “Temos o maior sistema público de vacinação do mundo e teremos nele também o coronavírus do Butantã, da Fiocruz e o que mais estiver disponível com segurança e eficácia para a nossa população. Chega de genocídio. Fora, Bolsonaro!”, finalizou.
Lorena Vale
Fotos: Gabriel Paiva/Arquivo