Foto: Gustavo Bezerra
A deputada Benedita da Silva (PT-RJ)ocupou a Tribuna da Câmara para analisar pesquisa divulgada recentemente pelo IPEA, mostrando que a maioria dos entrevistados concorda com o preconceito machista de que mulher que mostra o corpo merece ser atacada. “As mulheres não podem mais ser vítimas dos ataques injustificáveis cometidos por um instinto bestial dos homens. O ato de estupro é mais do que um crime. É símbolo de um machismo que traz danos irreparáveis para a vítima e seus familiares”, disse a deputada.
Segundo Benedita, mesmo com a Lei Maria da Penha, que tem levado muitas mulheres denunciarem a violência doméstica, o número de agressões continua alto. “São 527 mil casos de pessoas estupradas por ano. 70% das vítimas são crianças e adolescentes. 88,5% das vítimas são mulheres, e, a maioria são negras ou pardas. Apenas 10% dos casos são informados à polícia”, disse.
Para ela, a dificuldade de enfrentar essa situação se deve, em primeiro lugar, à ideologia do machismo que ainda predomina no país. “O machismo vê a mulher como propriedade do homem e pior ainda, alimenta a moral conservadora de que a mulher que não se comporta provoca reações incontroláveis nos homens. Esse pensamento retrógrado é um incentivo a toda sorte de assédio sexual e estupros”, analisou.
Em segundo lugar, avaliou a deputada, a situação de submissão material ou mesmo psicológica que muitas mulheres ainda têm perante o homem limita a sua iniciativa de denunciar qualquer tipo de violência doméstica. “Nesse caso é muito importante as políticas públicas que promovem os direitos da mulher e também as campanhas públicas de conscientização desses direitos”, destacou.
Lembrou a deputada que o Brasil está mudando e a mulher vem conquistando sua independência econômica e assumindo todo tipo de ocupação. “A mentalidade da mulher está evoluindo rapidamente e assumindo uma atitude de tolerância zero para qualquer manifestação de machismo, sobretudo para esta mais bárbara de todas, que justifica até o estupro. Precisamos combater o preconceito. Tolerância zero”, disse.
PT na Câmara