Pelas redes sociais do PT na Câmara, a deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ) e o jurista Roberto Aguiar, deram “uma aula” sobre os erros da intervenção militar no Rio de Janeiro. Teceram críticas sobre a medida adotada equivocadamente por Michel Temer. Ambos deixaram claro que as favelas cariocas precisam de “intervenção social, e não militar”.
Benedita da Silva, que foi governadora do Rio de Janeiro em 2002, – tendo como secretário de Segurança Pública, Roberto Aguiar -, promoveu à época uma intervenção social com políticas públicas voltadas às necessidades dos moradores.
A parlamentar destacou ainda que as propostas defendidas nas reuniões das comunidades são de intervenção social. Os moradores querem a retirada do Exército das comunidades, e que haja a construção de creches, de incentivo a projetos culturais, de desenvolvimento e inclusão social. “É preciso aproveitar a mão de obra qualificada que existe nas comunidades”, recomendou Benedita. A deputada diz que os moradores querem o resgate dos direitos sociais e trabalhistas que foram confiscados pelo governo golpista de Temer. “O povo quer eleições diretas, e que o ex-presidente Lula tenha o direito de ser candidato nas eleições deste ano”, enumerou.
Pirotecnia – O jurista Roberto Aguiar qualifica a intervenção como uma “uma pirotecnia”. Segundo o ex-secretário de Segurança, o Brasil não tem nem dinheiro, nem tecnologia e nem estrutura para fazer uma intervenção que modifique o País. “O Brasil continuará o mesmo com a intervenção, senão pior. Estamos em um momento em que as garantias individuais estão feridas”, ponderou.
Conforme o jurista, para fazer segurança pública no Rio é preciso o apoio da comunidade. “É preciso mudar a cultura, pois essa é uma questão que não se resolve com tiro, com arma. Esses pontos precisam ser refletidos porque o brasileiro está sendo enganado com essa intervenção que daqui a pouco pode se espalhar por outros estados”, alertou Roberto Aguiar.
Carlos Leite