No 7 de abril, o planeta celebra o Dia Mundial da Saúde. Esse ano essa celebração se dá em pleno front da guerra contra uma pandemia que está assolando todos os países e dobrando os governos mais orgulhosos e egoístas.
E o “exército” da saúde, quando é comandado pelos sistemas públicos de saúde, consegue frear a poderosa ofensiva do Covid-19.
Os países que tiveram seus sistemas públicos de saúde desmontados pelas políticas cegas do neoliberalismo, que só vê o lucro e nunca o ser humano, estão sem defesa e sendo ajudados por aqueles que têm, como a China, Cuba e Rússia.
O Brasil já teve na era Lula-Dilma um forte e bem financiado sistema de saúde pública. Nos governos do PT os recursos para a saúde passaram de R$ 15,8 bilhões em 2003 para R$ 69 bilhões em 2014. E ainda contava com o programa Mais Médico, formado principalmente pelos inestimável colaboração dos médicos cubanos que atendiam o interior e as aldeias indígenas.
Mas eles foram expulsos por Bolsonaro e o Sistema Único de Saúde (SUS) sofre um desmonte sistemático desde o golpe de 2016. E pior, a primeira medida que os golpistas aprovaram foi a absurda EC 95, a chamada PEC do Teto, que limita os gastos com saúde e educação por 20 anos!
Nesse momento de crise sanitária, quando o coronavírus avança numa terra indefesa do ponto de vista sanitário e social, como ficou o Brasil depois do golpe contra a presidenta Dilma Rousseff, a única trincheira que ainda resiste é precisamente o SUS. São os hospitais públicos que pesquisam e garantem um mínimo de atendimento a nossa população.
São também as informações sobre as populações mais pobres constantes do Cadastro Único e do Bolsa Família que estão fazendo a diferença nessa hora em que precisamos ajudar os mais vulneráveis na quarentena.
Uma coisa é certa, a tese neoliberal furada do “Estado mínimo”, em que só se ajuda os ricos, está indo para o ralo, e volta a ter legitimidade social o papel do Estado em defesa da economia nacional, dos direitos sociais e da saúde inclusiva e universal, um direito de todos e todas.
Benedita da Silva, deputada federal (PT/RJ)