Benedita da Silva lamenta terror provocado pela milícia do RJ e defende segurança pública de qualidade

Ataques de milícias no Rio de Janeiro. Foto: Rio Ônibus/Divulgação/Agência Brasil

Deputada Benedita da Silva. Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

A deputada Benedita da Silva (PT-RJ) usou a tribuna da Câmara nesta terça-feira (24) para fazer um triste relato da situação da segurança pública no Rio de Janeiro. “Nós tivemos uma segunda-feira terrível, foi um dia de horror, principalmente para os moradores da Zona Oeste do Rio de Janeiro”, lamentou. Ela se refere a uma série de ataques ao transporte público do Rio, onde pelo menos 35 ônibus foram incendiados, juntamente com um trem, afetando o transporte de mais de um milhão de usuários. Esses atos criminosos foram desencadeados pela morte de Matheus da Silva Rezende, conhecido como “Faustão” e um dos líderes da maior milícia da cidade.

“Eu vejo aqui parlamentares defenderem milícias, mas isso não tem cabimento”, protestou Benedita. Ela disse que o estado do Rio de Janeiro está tomado por milícias, que, em consequência do assassinato de um deles, colocaram o pavor no estado. “Queimaram mais de 30 ônibus e, mais grave, colocaram fogo nos ônibus com algumas pessoas dentro, que saíram apavoradas pela porta dos fundos! Isso aconteceu no do Rio de Janeiro, na minha cidade! Foram alvejados 5 veículos BRT, além de 1 trem. Esta foi uma ação conjugada e criminosa sobre a qual o governo do estado do Rio de Janeiro não teve uma atitude que pudesse trazer tranquilidade para os moradores”, lamentou.

Benedita relatou que em consequência dos ataques 10 pistas da cidade foram interditadas. “Isso é um caos! Nós tivemos 45 escolas fechadas, e algumas delas fechadas com os professores e as crianças dentro, todos apavorados com o que estava acontecendo. Nós tivemos 17 mil alunos sem aulas, e professores que não puderam, naquele dia, dar aulas”, afirmou, sem esconder a sua indignação.

Na Zona Oeste, explicou a deputada, moram cerca de 3 milhões de moradores, “E esses moradores são trabalhadores. São eles que usam os ônibus que foram queimados, são eles que usam o trem que foi queimado. Independentemente do prejuízo que se deu para as empresas que operam o transporte público, esses moradores foram duramente prejudicados”.

Extorsão

Benedita da Silva afirmou ainda que a milícia no Rio de Janeiro está extorquindo do comerciante ao trabalhador ambulante, e está assustando os moradores. “Os moradores fazem compras e pagam pedágio para que a compra possa ser entregue. Lamentavelmente, esta é a nossa situação”.

Na avaliação da deputada, essa situação não será resolvida com armas. “Nós temos que resolver a situação do estado do Rio de Janeiro com segurança pública de qualidade, com expertise, com qualificação, porque põe em risco uma população que nada tem a ver com a briga criminosa de tomada de território. Nós temos que continuar acreditando no Estado, e o Estado deve dar proteção e retomar os territórios que foram por eles ocupados”, defendeu.

 

Vânia Rodrigues

 

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