A deputada Benedita da Silva (PT-RJ) criticou em pronunciamento no plenário a proposta de reforma do ensino médio (MP 746/16) apreciada nesta semana pelo plenário da Câmara. Os deputados aprovaram o texto base, mas ainda falta apreciar os destaques para concluir a votação da matéria.
“A rede pública não poderia jamais reduzir as disciplinas, porque elas vão atingir exatamente o segmento mais pobre, que ao longo de toda uma história, desde a escravidão, não tem chegado na mesma medida aos bancos das escolas e das universidades”. O texto aprovado prevê que disciplinas como filosofia, sociologia, educação física, artes e música serão opcionais e não obrigatórias no currículo.
Benedita defendeu alterações no texto. “Nós precisamos resgatar filosofia, sociologia, educação física que não são obrigatórias e não sendo obrigatórias, cada um vai montar a sua rede, cada escola vai dizer se tem ou não interesse”.
Por outro lado, acrescentou a parlamentar petista, para implementar o tempo integral, seria preciso dar aos professores um salário mais digno, para que eles possam trabalhar por mais tempo. “No entanto, nós não temos nem 10% das escolas em condições de fazer isso; 90% de nossas escolas estão sem condições alguma de operacionalizar uma política de ensino integral. Integral significa mais despesa para o governo também. E de onde vamos tirar recursos se o governo está congelando por 20 anos aplicações nas políticas públicas da educação e da saúde? Então, pareceu-me uma falácia do governo, que não poderá cumprir o que colocou nesta MP”, criticou Benedita da Silva.
Gizele Benitz
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