A deputada Benedita da Silva (PT-RJ), coordenadora da Bancada Feminina e da Secretaria da Mulher da Câmara, anunciou em plenário, nesta terça-feira (10/9), a assinatura de um protocolo para a atuação do sistema de segurança pública no enfrentamento aos crimes de violência política de gênero. “É com um profundo senso de responsabilidade que destaco a importância desse passo essencial que estamos dando rumo ao fim da violência política contra mulheres, um marco na nossa luta por um País mais justo e seguro para todas nós”, afirmou.
O protocolo foi firmado entre o Conselho Nacional de Secretários de Segurança Pública (Consesp), a Procuradoria-Geral Eleitoral e a Secretaria da Mulher, na Câmara dos Deputados.
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Barreiras
Benedita da Silva enfatizou que a violência política de gênero é uma das maiores barreiras à participação efetiva das mulheres na política. “Por isso, nós decidimos que a assinatura deste documento tão importante seria também uma excelente oportunidade para convidar jornalistas de todo o País para que se juntem a nós nessa luta”, chamou. Ela explicou que o protocolo estabelece medidas concretas para enfrentar esse problema, “mas, se as candidatas não souberem dele e dos compromissos aqui firmados, de pouco adiantará. Não podemos perder de vista o papel informativo, mas também educativo da mídia”, argumentou.
Para a coordenadora da Bancada Feminina, quem faz a comunicação pode fazer a diferença entre a perpetuação da violência ou a sua contenção. “Por isso, deixemos de lado nomes e revitimizações. Vamos falar do que não acontece, do não recebimento das denúncias, o não acolhimento dos relatos das mulheres. Vamos falar da demora e dos equívocos no julgamento dos casos. Só assim conseguiremos pressionar quem precisa ser pressionado, para que a mudança radical aconteça na nossa política”, enfatizou.
Não há mais espaço para a violência política de gênero
Com o protocolo de hoje, Benedita acredita que as mulheres estão dizendo claramente que não há mais espaço para a violência política de gênero em nossa sociedade. “Com o encontro, com o jornalismo, estamos pedindo apoio, criando uma rede de gente e instituições determinadas a transformar a nossa sociedade e garantir que o medo não seja um sentimento comum entre as mulheres”, afirmou.
A deputada explicou ainda que a ação reconhece a violência política, contemplando não apenas o gênero, mas também a raça, etnia e outras condições que possam agravar a discriminação e a violência. “Por isso, convido todas e todos parlamentares, autoridades de segurança pública e jornalistas a se unirem nesse compromisso. Este protocolo deve ser amplamente divulgado e efetivamente implementado. Só assim poderemos criar um contexto para o nascimento de um Brasil justo e igualitário. Vamos juntos e juntas fortalecer a nossa democracia e o direito das mulheres à participação política”, defendeu.
Vânia Rodrigues