Benedita denuncia mais um caso de racismo com situação grave de constrangimento de cineasta

BeneditaFotoJ.Batista

A deputada Benedita da Silva (PT-RJ) ocupou a Tribuna nesta terça-feira (22) para manifestar indignação com mais um caso de racismo ocorrido no Brasil e na celebração do Dia da Consciência Negra, 20 de novembro. O episódio aconteceu no aeroporto de Porto Alegre (RS), com a cineasta Adélia Sampaio, de 72 anos. Ela foi barrada quando embarcava em um voo com destino ao Rio de Janeiro, após participar de um evento na capital gaúcha para apresentar o filme Amor Maldito (1983), em homenagem ao Dia da Consciência Negra.

De acordo com a deputada do PT, a cineasta passou por situação vexatória e constrangimento. “A cineasta Adélia Sampaio possui próteses metálicas na coluna e no joelho e por isso ela não passou no detector de metais do aeroporto. Então, pediram que ela se dirigisse a uma sala fechada, e lá a cineasta ouviu de uma funcionária do aeroporto que deveria tirar as roupas e ficar de joelhos. Em seguida, dois agentes da Polícia Federal (PF) passaram a conduzir a ação e levaram Adélia e a funcionária à delegacia da PF no próprio aeroporto, onde Adélia afirma ter passado por um novo constrangimento. Na hora de assinar o papel, percebeu que na lacuna da cor o delegado informou que a Adélia era branca. Ela recusou-se a assinar e pediu que fosse preenchida com a cor dela, negra”, explicou Benedita da Silva.

Adélia Sampaio, primeira cineasta negra a fazer um longa-metragem brasileiro afirmou, em entrevista, que nunca passou por tamanho constrangimento. “Nunca passei por isso, nem na Alemanha, nem no Rio e olha que eu viajei. Que apita, apita, em qualquer lugar vai apitar por causa das próteses. Não aceita nem raio-x, eles têm que passar o aparelho e tudo bem, eu aceito. Mas de repente foi uma coisa hostil e gratuita”, lamentou Adélia Sampaio.

A deputada Benedita da Silva lamentou o ocorrido. “Registro a minha indignação com esse tipo de abordagem, pois nós sabemos que existem mil formas de conduzir esse processo que não levem ao constrangimento, com respeito ao ser humano”, finalizou.

Gizele Benitz

Foto: J.Batista/Agência Câmara

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