Pelo segundo dia consecutivo, a base do governo na Comissão Especial da Reforma da Previdência (PEC 287/16) boicotou a discussão do parecer final dos trabalhos do colegiado, apresentado na semana passada pelo relator Arthur Maia (PPS-BA). Apesar do desprezo pelo debate público, parlamentares da oposição aproveitaram a reunião desta quarta-feira (26) para alertar a sociedade sobre os retrocessos contidos na reforma de Temer.
Para o deputado Assis Carvalho (PT-PI), é lamentável que os deputados governistas se recusem a discutir o relatório. “A base do governo tem que mostrar a cara, mesmo sabendo que toda vez que vem aqui defender essa reforma, perde voto lá fora. Eles precisam arcar com esse ônus e assumir a sua posição”, desafiou.
Na mesma linha, a deputada Luizianne Lins (PT-CE) disse que os deputados da base do governo que apoiam a reforma não aparecem para debater o relatório “porque ele é indefensável”.
Já o deputado Pepe Vargas (PT-RS), criticou os retrocessos contidos na reforma de Temer e disse que “nem mesmo as alterações promovidas pelo relator, consegue reduzir o caráter cruel e desumano da reforma”.
“Essa reforma não visa garantir a sustentabilidade futura da Previdência, como afirma o governo Temer. Ela visa apenas garantir os interesses econômicos do setor financeiro e para diminuir o custo da Previdência para se encaixar na Emenda Constitucional 95, que limita os gastos públicos por 20 anos, para que esses recursos sejam reservados para pagar os juros e serviços da dívida pago aos rentistas”, destacou.
Héber Carvalho