Paulo Pimenta (*)
A Bancada do Partido dos Trabalhadores na Câmara inicia a nova Legislatura (2019-2023) com a responsabilidade de enfrentar sem tréguas o governo de extrema direita de Jair Bolsonaro, cuja agenda é uma ameaça real aos direitos do povo brasileiro e à soberania nacional. Além de enfrentar a pauta de retrocessos do novo governo, teremos ainda o desafio de representar mais de 47 milhões de brasileiros e brasileiras que votaram em Fernando Haddad no segundo turno da eleição presidencial.
O momento por que passa o Brasil é de extrema gravidade. O governo eleito, mediante mentiras e fraudes espalhadas por redes sociais em ritmo industrial, nada mais é que a reedição de regimes de triste memória, com propostas autoritárias, ultrapassadas e elitistas. Uma agenda ultraneoliberal que privilegia o grande capital e prejudica a maioria da população brasileira. O Parlamento adquire, assim, importância estratégica para barrar os retrocessos anunciados. Nossas bandeiras são a defesa dos direitos sociais, trabalhistas e econômicos da população brasileira, da democracia e da soberania nacional.
Frente a esse cenário, nossa bancada tem como uma das plataformas centrais a defesa da Previdência pública, que garanta o direito de todo o povo brasileiro a ter aposentadoria digna, com uma velhice tranquila. Vamos enfrentar a reforma anunciada por Bolsonaro e Paulo Guedes, que se baseia na ditadura chilena do general Augusto Pinochet, a qual levou idosos daquele país à miséria e a um dos mais altos índices de suicídio do mundo. Bolsonaro quer entregar os recursos da Previdência a bancos estrangeiros e nacionais. Vamos resistir contra isso, numa ação integrada com sindicatos, movimentos sociais e diferentes setores da sociedade.
É o momento também de incrementarmos o movimento de libertação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, detido desde 7 de abril de 2018 como prisioneiro político em Curitiba. Lula é vítima da maior perseguição judicial da história brasileira e foi condenado sem provas pelo ex-juiz Sérgio Moro, com base em motivações políticas e ideológicas que se confirmaram com a participação do ex-magistrado no governo neofascista. Libertar Lula é resgatar a justiça e a verdade.
Nossa bancada caminhará unida neste ciclo, que demandará união, coragem e muita ousadia. Essa unidade se consolidou na articulação com o PSB, PSOL e Rede para criarmos um bloco de oposição de esquerda ao governo Bolsonaro. O bloco, com 97 parlamentares, terá um papel estratégico no enfrentamento ao rolo compressor do governo no Congresso que tentará aprovar suas políticas de supressão de direitos sociais e ataques ao meio ambiente e às riquezas nacionais.
O bloco de esquerda será a Bancada do Povo na Câmara e tem o compromisso programático de independência do Legislativo em relação ao Executivo, empunhando as bandeiras históricas dos quatro partidos.
O nosso partido e a nossa bancada têm plena consciência do seu papel histórico. Juntos, com o povo nas ruas, seguiremos na luta para que seja retomada a construção de um Brasil desenvolvido, sustentável, justo e solidário.
*Deputado federal (PT-RS), líder do PT na Câmara