O líder da Bancada do PT na Câmara, deputado Afonso Florence (BA), e vários outros parlamentares do partido, reafirmaram nesta quinta-feira (12) que o afastamento da presidenta legitimamente eleita Dilma Rousseff é fruto de um golpe parlamentar contrário aos interesses do povo brasileiro. Segundo eles, o fato transforma o novo presidente que assume- Michel Temer (PMDB)- em um “conspirador e traidor” sem legitimidade para assumir o comando do País.
Os parlamentares ainda prometeram combater as ameaças de retirada de direitos sociais e trabalhistas, que fazem parte do programa Ponte para o Futuro, do PMDB, e resistir a esse retrocesso com muita luta no parlamento e nas ruas para manter as conquistas obtidas.
“Não foi cometido nenhum crime de responsabilidade pela presidenta Dilma Rousseff e, portanto, tudo não passa de uma grande farsa chamada de impeachment que, na verdade, é golpe. Por isso a Bancada não vai reconhecer o governo Temer, por ser totalmente ilegítimo”, afirmou o líder do PT.
Afonso Florence classificou ainda Michel Temer de “conspirador e traidor”, e alertou que o golpe armado com a participação do deputado afastado e réu por corrupção no STF, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e o senador Aécio Neves (PSDB-MG), tem como objetivo “efetivar um retrocesso nos direitos sociais, econômicos e trabalhistas do povo brasileiro”.
“Nós vamos resistir nas ruas e na Câmara à retirada de direitos. A bancada do PT estará na frente da luta para impedir esses retrocessos”, garantiu.
O deputado Luiz Sérgio (PT-RJ) destacou que a história do PT e dos movimentos sociais “é de muita luta e resistência”, e que “onde houver debate e movimento pela democracia e em defesa de Dilma Rousseff o partido estará presente”.
“O governo que assume não tem delegação do povo brasileiro, não tem voto para implementar um programa que não foi discutido pela sociedade. O nome disso é retrocesso, e para barra-lo temos que lutar e nos manter mobilizados”, ressaltou.
Na mesma linha, o deputado João Daniel (PT-SE) disse que “a democracia está sendo golpeada, mas que a vitória virá pela mobilização do povo brasileiro”.
“Não podemos ‘arredar o pé’ da justiça, do parlamento, e principalmente das ruas. São os movimentos sociais e populares, junto com a militância histórica que ganhou a luta pela democracia, que vão derrubar esse golpe que tem os dias contados”, explicou.
Já a deputada Erika Kokay (PT-DF) lembrou que os golpistas não vencerão na tentativa de retirar direitos dos trabalhadores.
“Eles querem impor um programa de governo que não foi o escolhido pelo povo em 2002, 2006, 2010 e em 2014 nas urnas. Não vão conseguir porque nós estamos de pé e golpe este país já superou um, e superará outro porque nós sabemos que a democracia é mãe de todos os direitos. Nós estamos nessa luta com muita convicção porque acreditamos que fascistas e golpistas não passarão”, destacou.
Apesar de destacar o atual momento de tristeza, o deputado Reginaldo Lopes (PT-MG) disse ainda que a capacidade de organização do povo brasileiro traz esperança em dias melhores.
“As elites que nunca gostaram, mas apenas suportam a democracia, patrocinaram este golpe levando para a presidência um político sem voto e sem nenhuma legitimidade. Mas o povo brasileiro começa se organizar e tenho convicção de que vamos ganhar, e vamos derrotar esse governo sem nenhuma legitimidade”, finalizou.
Héber Carvalho
Foto: Gustavo Bezerra/PT na Câmara
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