Deputados da Bancada do PT se revezaram na tribuna da Câmara nesta terça-feira (31) para manifestar indignação com a decisão da equipe econômica do governo ilegítimo de Temer de reduzir, pela segunda vez neste ano, o valor do salário mínimo para 2018. Em agosto, a estimativa de salário mínimo já havia caído de R$ 979 para R$ 969. E agora, ontem (30), o governo anunciou uma nova redução de R$ 4, o que significa que o salário mínimo no próximo ano será de R$ 965.
“É inacreditável que o governo Temer tenha gasto bilhões para comprar votos neste Parlamento com privilégios, vantagens, liberação de multas ambientais e para grandes devedores do Refis e, este mesmo governo quer reduzir em mais R$ 4 do salário mínimo. É muita perversidade!”, protestou o deputado Henrique Fontana (PT-RS).
Nos últimos 12 meses, continuou Fontana, sob a gestão de Henrique Meirelles e Temer, cortaram verbas das universidades, do Bolsa Família, pararam com todos os investimentos, conseguiram elevar o déficit primário do País para R$ 169,9 bilhões. “É um escândalo de má gestão! É um escândalo do ponto de vista perverso de garantir privilégios para poucos do andar de cima, à custa de um enorme ataque aos mais carentes”, afirmou.
O deputado Luiz Sérgio (PT-RJ) também criticou a redução do valor do salário mínimo e enfatizou que nos governos Lula e Dilma o salário mínimo ano a ano vinha acumulando ganhos reais para os trabalhadores. “No acumulado de 2003 a 2016 foram 77% de aumento real, descontada a inflação e o INPC. Lamentavelmente, já no primeiro ano, depois do golpe de 2017, o salário mínimo foi reajustado sem ganho real para os trabalhadores”.
Luiz Sérgio disse que esta foi a primeira vez em 15 anos que isso ocorreu. “Mas não há nada tão ruim que não possa piorar. No desgoverno Temer, além de não ter ganho real, o salário mínimo será rebaixado, vai diminuir”, criticou.
O deputado Valmir Assunção (PT-BA), considerou “uma violência” a redução do salário mínimo. “A previsão do salário mínimo para o ano que vem era de R$ 979. O governo golpista de Temer quer enfiar a mão no bolso do trabalhador. Ou seja, estão tirando R$ 14 do bolso do trabalhador, do aposentado. Isso é uma violência! Nós, parlamentares, não podemos concordar com isso”, afirmou.
O deputado Bohn Gass (PT-RS) lembrou que o salário mínimo de R$ 979 já foi votado no Congresso. “E eu disse desta tribuna que R$ 10 a menos, são R$ 130 a menos, por ano. Agora, reduziu-se, de novo. Então, na verdade, se eu pego treze salários por ano, que é o décimo terceiro, serão R$ 182 a menos para cada trabalhador. Isso custa dois bujões de gás, por enquanto, porque se o gás continuar aumentando o trabalhador não vai conseguir comprar”, lamentou.
Mais uma vez, na opinião da deputada Maria do Rosário (PT-RS) o governo Temer demonstra que o ajuste fiscal que ele realiza é contra os mais pobres, os mais humildes, os trabalhadores e as trabalhadoras. “A quem serve a lógica senão à lógica da recessão, da diminuição da economia, da redução do salário mínimo? Como pode um governo se orgulhar de querer tirar direitos previdenciários, direitos trabalhistas e, mais ainda, reduzir, pela segunda vez, o salário mínimo que é a referência para os demais salários?”, questionou
Vânia Rodrigues
