Manter o auxílio emergencial no valor de R$ 600,00 aprovado pelo Congresso Nacional e prorrogá-lo pelo período de um ano é a prioridade da Bancada do Partido dos Trabalhadores na Câmara dos Deputados. A proposta da bancada petista foi relatada pelo líder da Minoria no Congresso Nacional, deputado Carlos Zarattini (PT-SP), e pelo deputado Vicentinho (PT-SP).
Essa luta será travada pelo PT, uma vez que a dupla Jair Bolsonaro/Paulo Guedes já anunciou que o pagamento do auxílio emergencial aprovado pelo Congresso Nacional será prorrogado só por mais dois meses, assim mesmo com redução do montante para R$ 300,00, contrariando a decisão dos parlamentares. O benefício foi aprovado pelo Congresso como forma de mitigar a crise econômica agravada pela pandemia de coronavírus.
“Não venham Bolsonaro e Paulo Guedes querer reduzir ainda mais o auxílio e prorrogar por dois meses. Isso não resolve o problema. A solução é ampliar por 12 meses”, defendeu Zarattini. O deputado lembrou que o governo queria conceder um auxílio de apenas R$ 200,00, mas teve que ceder à decisão do Congresso de ampliá-lo para R$ 600,00.
Proteção social
Defensor ferrenho das causas dos trabalhadores, Carlos Zarattini vislumbra um cenário catastrófico na economia do País, por causa do modelo neoliberal do atual governo e das consequências da pandemia de coronavírus. O momento, na opinião do parlamentar, requer ações contundentes para a proteção social das camadas sociais que mais precisam.
“Agora, o Brasil vai enfrentar uma forte crise econômica. Será necessário que o auxílio continue sendo pago pelo governo por mais um ano porque o desemprego no Brasil vai aumentar consideravelmente e é essencial que a população possua condições mínimas de sobrevivência”, alertou.
Aquecer a economia
Zarattini avaliou que o auxílio emergencial pago pelo governo federal também é uma medida de incentivo às micro e pequenas empresas. Para ele, o benefício também pode aquecer a economia. “O dinheiro precisa circular na economia. Pagando-se o auxílio, o consumo é estimulado e os pequenos comércios terão garantia de sobrevivência nesse momento de grave crise econômica. Se a gente quiser manter as economias locais funcionando e o povo tendo o que comer, é necessário que o pagamento do auxílio seja prorrogado”, frisou.
Catástrofe social
Na opinião do deputado Vicentinho, no cenário catastrófico provocado pela incompetência do governo Bolsonaro a situação dos trabalhadores da economia informal é a pior de todas. Segundo ele, a situação dessa camada da população agravou-se depois da reforma trabalhista que solapou direitos conquistados ao longo de décadas, além de outros projetos extremamente prejudiciais à classe trabalhadora.
“Com a crise, a situação se agrava porque muitas empresas fecharam as portas, sobretudo as médias e pequenas, que têm responsabilidade muito grande em termos de empregabilidade. Lamento tal situação, principalmente porque o País tem Bolsonaro, e com ele, o Brasil não tem saída”, sentenciou Vicentinho.
Descrente dos rumos do País governado por Bolsonaro, o deputado Vicentinho disse que o presidente da República faz parte de uma direita reacionária “que combate a vida neste momento em que o Brasil precisa preservar a vida das pessoas; Bolsonaro é o mensageiro da morte ele não tem política para o nosso povo”.
Nas redes
Parlamentares do PT manifestaram-se sobre a iniciativa da bancada de preservar a renda para os trabalhadores nesse momento de crise econômica e sanitária.
Segundo o deputado Helder Salomão (PT-ES), o auxílio emergencial é o que tem garantido comida na mesa de milhões de brasileiros. “Nós do PT vamos lutar para garantir que o auxílio de R$ 600,00 (que já é muito pouco) se estenda até dezembro”, comentou.
Já o deputado Henrique Fontana (PT-RS) escreveu em sua conta no Twitter: “O Brasil viverá a maior recessão econômica da história, por isso temos que proteger a renda e o trabalho dos brasileiros. A renda mínima é um ato de solidariedade social. É uma medida social e economicamente correta, por isso defendo a sua prorrogação sem redução de valor”, defendeu.
Benildes Rodrigues