Aumento abusivo do óleo diesel vai agravar a fome e a miséria no País, denunciam petistas

Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

Mais um aumento no preço do óleo diesel, em 8,87%, imposto pelo governo Bolsonaro, provocou revolta em parlamentares da Bancada do Partido dos Trabalhadores que usaram a tribuna da Câmara nesta terça-feira (10) para manifestarem indignação. Para os deputados Alexandre Padilha (SP), Enio Verri (PR), Zé Ricardo (AM) e Bohn Gass (RS), a exorbitância do aumento potencializará ainda mais o quadro da fome, do abandono e da miséria no País.

“Isso contribui para o aumento do preço dos alimentos, do transporte, das cargas, contribui para agravar ainda mais a situação dos caminhoneiros, e contribui para aumentar o preço de tudo quanto é produto no País que dependa da logística desse preço dos combustíveis”, denunciou Padilha.

Na mesma linha, o deputado Enio Verri acrescentou que o aumento do diesel impacta diretamente a vida de todos os brasileiros. “Vai aumentar a inflação, vai aumentar o preço dos produtos. E, quando aumenta a inflação e não aumenta o salário ao mesmo tempo, há, é lógico, uma queda radical do poder aquisitivo da população. Em suma, o aumento do diesel deixa o povo mais pobre”.

Para Zé Ricardo, esse aumento não ficara apenas no óleo diesel. “Tudo indica, daqui a pouco vão aumentar os preços também da gasolina e do gás de cozinha”, alertou. Segundo ele, o aumento do diesel funcionará como efeito cascata em todos os produtos.

“O resultado disso, de um modo geral, redundará no custo de vida de uma população de trabalhadores que hoje tem os salários congelados, reduzidos, salários que são para garantir qualidade de vida e que, para muitas famílias, não garantem nem a segurança alimentar, não garantem recursos para alimentação”, alertou Zé Ricardo que completou: “Hoje nós temos a volta da fome ao Brasil com esta inflação, com esta política absurda de combustíveis”.

Culpa de Bolsonaro

Em sua fala, Bohn Gass lembrou que desde o início do Governo Bolsonaro muitos foram os aumentos no setor de combustíveis no País. Isso, segundo ele, prejudica diretamente toda a atividade econômica, e quem produz comida. “E os juros estão aumentando cada vez mais. Os financiamentos subvencionados não existem mais. Os caminhoneiros não têm como mais fazer o transporte e ter renda. E o Governo não assume que é sua responsabilidade, é do Bolsonaro”.

Enio Verri entende que tudo isso ocorre por irresponsabilidade do presidente da República, “que não tem peito para assumir o seu papel de presidente da República”. De acordo com ele, Bolsonaro nunca é responsável por nada, sempre são os outros, são outros fatores. “Ora, se ele é o presidente da República, ele dirige a Petrobras. Ele não indica o presidente? Ele não tira um e põe outro? Por que ele não desenvolve uma política de preços, então, que seja mais justa?”, questionou o parlamentar.

Política de preços

Padilha também questionou a política de preços adotada pelo governo Bolsonaro e seu ministro da Economia, Paulo Guedes.

“Eu quero fazer uma pergunta ao Bolsonaro, ao seu ministro da Economia, a todos aqueles que defendem essa política do chamado PPI — Preço de Paridade Internacional —, aos comentaristas que a defendem: qual outro país do mundo produtor de petróleo adota esta política? Qual outro país do mundo produtor de petróleo adota isso como política para a definição dos seus preços?”, inqueriu Alexandre Padilha

Ele lembrou que a Petrobras teve mais de 20% de lucro no último ano e que distribuiu mais de R$ 40 bilhões de lucro entre os seus acionistas, sobretudo os acionistas ricos de Nova Iorque, “enquanto o conjunto das petroleiras internacionais obteve, em média, 8% de lucro — três vezes mais — à custa do dinheiro que é solto pela dona de casa para comprar um gás a R$ 130”.

Essa mesma avaliação foi abordada pelo deputado Zé Ricardo. Para ele, a Petrobras segue lucrando com isso e distribuindo lucros para os acionistas “às custas da pobreza, do sofrimento da população brasileira”.
“O presidente da República não faz nada para impedir isso, pelo contrário, apoia a direção da Petrobras, que toma essas medidas contra o povo brasileiro”, criticou.

Enio Verri acrescentou como exemplo o lucro da Petrobras no ano passado. Segundo ele, a estatal apresentou um lucro de R$ 108 bilhões. “Ora, se esses R$ 8 bilhões fossem distribuídos aos acionistas privados e esses R$ 100 bilhões de lucro fossem utilizados para conter o preço do diesel, da gasolina, do gás de cozinha, o povo hoje estaria pagando muito mais barato. Mas é uma questão de escolha”, afirmou.

Benildes Rodrigues

 

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